O julgamento de Kevin Spacey por agressão sexual, caído em desgraça após o escândalo, pode não ocorrer após a decisão da suposta vítima de não testemunhar.
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Foi nesta ilha que o protagonista de "House of Cards" e do premiado filme "American Beauty" teria tocado o pênis de um jovem de 18 anos, funcionário de um bar, em julho de 2016, após convidá-lo para uma bebida.
A denúncia por atentado ao pudor e agressão ocorreu no final de 2018, após o surgimento de várias outras acusações de agressão sexual contra jovens seguindo os passos do movimento #MeToo.
Nenhuma das outras acusações, tanto nos Estados Unidos como em Londres, levou a um processo penal.
No caso de Massachusetts, o celular da suposta vítima é chave: o jovem o utilizou para gravar a suposta agressão e para comentar com a namorada e um grupo de amigos o ocorrido.
Mas o telefone, que a defesa quer examinar, desapareceu, confirmaram nesta segunda-feira o jovem e seus pais.
Um policial afirma ter entregue o celular à família da suposta vítima, mas admite não ter pedido um recibo. A família diz que não recuperou o aparelho.
Consultado sobre o que fez com o telefone e as mensagens, o jovem garantiu que não apagou nada, mas quando foi advertido de que qualquer manipulação do telefone poderia significar um processo contra ele, a suposta vítima recorreu à Quinta Emenda da Constituição, que lhe permite manter silêncio para não se incriminar.
A mãe do jovem, a apresentadora de televisão Heather Unruh, admitiu ter apagado algumas imagens do telefone que poderiam envergonhar seu filho antes de entregá-lo à polícia, mas garantiu não ter alterado nada ligado à suposta agressão.
O advogado Alan Jackson, que representa o ator, insinuou que foram apagados textos nos quais a suposta vítima - fã de Kevin Spacey - revelaria ter consentido com o toque.
O juiz Thomas Barrett não tomou qualquer decisão nesta segunda-feira, mas a defesa alertou que pedirá o arquivamento do caso.
"Todo o dossiê está comprometido", afirmou Jackson.