Em entrevista ao jornal francês Le Monde, em edição publicada nesta sexta (21/06), Chico Buarque admite que se sente mais à vontade em Paris, onde está há alguns meses para trabalhar em um novo romance. Instalado em seu apartamento na Île Saint Louis, região nobre da capital francesa, o compositor confessa que tem, na cidade, mais tranquilidade para circular e para escrever.
Chico deu entrada, inclusive, em uma solicitação à administração francesa de um visto de longa duração. No entanto, ele afirma que não quer deixar o Brasil. “A cultura não tem o menor valor aos seus olhos (do novo governo). Mesmo assim, eu quero continuar a viver no Brasil, eu não quero viver longe de meu país”, avisa, ao ser questionado pelo repórter sobre o visto.
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Chico fez duras críticas ao Brasil durante a entrevista, especialmente em relação à maneira como o governo de Jair Bolsonaro trata a cultura, a educação e a política externa. Ele diz que há uma diferença em relação ao seu exílio durante a ditadura militar. Quando deixou o Brasil em 1969, Chico fugia de um regime violento e empenhado na perseguição de artistas. Hoje, ele afirma, não há perseguição e sim um desprezo. “Hoje os artistas e os atores da cultura no Brasil não são nem bem-vindos nem bem-vistos pelo governo, mas não há perseguições policiais como em 1969.