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"Meu pai sempre foi misógino, nunca gostou de mulher", diz namorada de Rafael Miguel


Um homem temido pelos vizinhos e pela própria família. Este é o retrato de Paulo Cupertino Matias, de 48 anos, acusado de matar o ator Rafael Miguel e os pais dele, no último domingo, em um bairro da zona sul de São Paulo. Em entrevista ao programa Cidade Alerta, da Rede Record, a namorada do ator, Isabela Tibcherani, falou sobre o pai e sobre os últimos dias com Rafael.

"Na noite anterior eu não tinha dormido muito bem, porque tenho um problema recente de insônia, então muitas noites eu fico acordada. Nessa noite, mesmo tomando remédio, eu não consegui dormir, alguma coisa não estava me deixando dormir", contou. Ela disse que decidiu sair para caminhar e Rafael foi ao seu encontro. A jovem estava chateada com a situação, já que o pai dela não aceitava o namoro e isso impedia que ela se encontrasse com Rafael. Os pais dele, então, sugeriram ir até a casa de Isabela, na tentativa de convencer os pais da jovem do amor dos dois.

Segundo Isabela, não houve chance de conversa. Assim que os pais de Rafael tocaram a campainha, Paulo Cupertino abriu a porta, puxou Isabela para dentro e disse que não iria conversar com ninguém.
Rafael tentou defender a namorada e foi impedido pelo pai dela, que começou a atirar. Ouvindo os tiros, a jovem saiu de casa, mas, segundo ela, era tarde demais.

"Eu acordei ele, falei pra ele ficar comigo. Falei: fica comigo, fica comigo. Eu não ouvia ele respirar, sabe? Ele estava perdendo a vida. Você vê a vida se esvaindo da pessoa. A boquinha dele ficando roxa. Eu falei, 'Amor, fica comigo, por favor'", contou Isabela, chorando.

Ela disse que ainda não consegue acreditar em tudo que aconteceu, mas que se consola sabendo que os últimos momentos que teve com ele foram felizes.
"A gente teve um momento feliz, o dia mais feliz em meses. Passamos uma noite juntos, a gente se divertiu, a gente riu, a gente pode experenciar coisas muito boas", disse na entrevista.

Sobre o futuro, Isabela contou que o casal tinha planos de morar junto, mas que nem o pai, nem a mãe dela - apesar de ajudar em algumas ocasiões - entendiam. "Meu pai não entendia que estar perto dele (Rafael) não ia atrapalhar, não ia me impedir de crescer. Meu pai sempre foi misógino, nunca gostou de mulher, né? Ele sempre impediu minha mãe de viver. Eu vi muitas coisas ruins acontecerem. Então eu sempre soube da pessoa que ele é. É da índole dele mesmo.
É o jeito ruim dele, o jeito de impedir a felicidade alheia", falou.

A jovem contou também que por ser muito ciumento, o pai impediu que a mãe dela ficasse em alguns empregos, além de ter batido nela e a machucado por diversas vezes. "Ela foi se perdendo. Não posso ser mentirosa e dizer que ela não ajudou a gente. Por muitas vezes ela ajudou, inclusive nessa noite da festa junina. Mas ela preferia não passar por cima da palavra dele, com medo do que ele pudesse vir a fazer comigo, com ele e com ela. Ela fazia dentro da medida do possível", desabafou.

Por fim, Isabela disse que sempre soube do que o pai era capaz, mas imaginou que o máximo que poderia acontecer seria uma luta física. "Que eles poderiam brigar e que isso pudesse ser apartado. Mas não chegou nem a ter proximidade.
Eles não chegaram a entrar em contato, a se pronunciar", finalizou.

Paulo Cupertino Matias está foragido. Ele possui passagens na polícia por roubo, lesão corporal e ameaça. Os corpos de Rafael Miguel, de 22 anos, e dos pais dele, João Alcisio Miguel, de 52 anos e Miriam Selma Miguel, de 50, foram enterrados na tarde dessa segunda-feira, no Cemitério Campo Grande, zona Sul de São Paulo. .