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De muleta ou deitada no avião, Beth Carvalho não deixou de vir a BH

Belo Horizonte foi um destino frequente de Beth Carvalho em suas turnês.  As conversas que a cantora teve com o Estado de Minas em suas últimas vindas à capital mineira dão testemunho do esforço físico que as viagens impunham a ela e também da progressão de seu problema na coluna.


Em 2012, Beth Carvalho trouxe o show Nosso samba tá na rua, homônimo ao disco, que foi apresentado em 3 de fevereiro, no Chevrolet Hall (atual KM de Vantagens).
Na época, ela caminhava com auxílio de uma bengala, depois de ter se submetido a duas cirurgias na coluna, que a obrigaram a 18 meses de reclusão.


Na conversa com a reportagem do Estado de Minas, a sambista se referiu a Dona Ivone Lara (1922-2018), a quem o disco é dedicado, como “a deusa do samba, a grande compositora e intérprete que faz os lararás mais bonitos da MPB”.


Naquele ano, sua filha, Luana Carvalho, dava os primeiros passos na carreira, e Beth Carvalho tentava afastar dela a cobrança pelo DNA artístico. Depois de afirmar que “Luana tem talento e potencial muito bom”, a madrinha de tantos artistas salientou que substituir os pais em suas carreiras "é uma responsabilidade que eles (os filhos) não deveriam ter”.


Em 2015, Beth Carvalho voltou ao mesmo palco, com o show que comemorava seus 50 anos de carreira. Em entrevista ao Estado de Minas, ela citou que teve o incentivo da família para seguir a carreira artística.
Desde criança, Beth gostava de cantar e dançar.  “Pensei em estudar pedagogia, mas acabei desistindo. Meu caminho era outro e não me arrependi”, afirmou.


A cantora citou também o período de sua longa internação como um momento "difícil" e comentou que, com a proximidade dos 70 anos, você “começa a sentir o corpo diferente”.


Em janeiro de 2018, Beth Carvalho fez seu heróico show – deitada num sofá instalado no palco, já que a dor na coluna não lhe permitia ficar de pé. Ela comentou a complexa logística para sua locomoção. “Dou meu jeito.  No aeroporto, fico no carro até me chamarem para o embarque. E fico deitada no avião. A gente vai levando.”

 

O palco mineiro era o mesmo que a recebera nas vezes anteriores, mas daquela vez a sambista teve a companhia do Fundo de Quintal.

A data, 6 de outubro, véspera do domingo de eleição, mereceu da artista notória por seu engajamento político um comentário enfático.


“Garanto que será uma noite de muita alegria, de festa, na véspera de um dia tão decisivo. Vou pegar o voo das 11h (no domingo), porque não quero correr o risco de não votar. É uma eleição muito importante. Espero que todos votem bem”, disse, revelando o voto em Fernando Haddad (PT) para presidente. “É o mais preparado. Na minha opinião, se o Bolsonaro ganhar, vai ser um terror.”

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