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Essas são as primeiras medidas desde que a empresa decidiu rever o seu programa de patrocínio, neste ano. Como antecipou o Estadão/Broadcast, no início de fevereiro, a empresa avalia romper contratos firmados nos governos anteriores, principalmente com grandes grupos de teatro e cinema. Na nova gestão, o foco passará a ser em educação na primeira infância, ciência e tecnologia.”A Petrobras segue realizando apoio a projetos culturais. O orçamento para patrocínios, assim como diversas outras áreas, sofreu redução à luz do Plano de Resiliência, divulgado em 8/3/19. Por essa razão, tivemos projetos nas áreas de audiovisual e artes cênicas já concluídos, que não foram renovados. Os contratos vigentes estão em andamento e com seus desembolsos em dia”, afirmou a empresa em nota oficial, acrescentando que a intenção é readequar seu orçamento e alinhar o apoio cultural ao seu posicionamento de marca. Até então, a ideia era ter o seu nome associado aos artistas brasileiros reconhecidos pela excelência em suas áreas.
A notícia de revisão do programa de patrocínio da Petrobras motivou dois deputados federais do Psol – Áurea Carolina (MG) e Ivan Valente (SP) – a questionar a estatal. Em documento oficial, a empresa respondeu aos parlamentares. No texto, diz que o “orçamento de 2019 está dimensionado para honrar contratos vigentes e projetos oriundos da chamada pública de música, cujos resultados serão divulgados”. Um edital aberto no final do ano passado deve contemplar com R$ 10 milhões no total 19 músicos de 2 mil inscritos. A divulgação dos vencedores já foi adiada por duas vezes.
INSPIRAÇÃO A empresa afirma ainda que utiliza três autores para repensar seu novo programa de patrocínio, que ainda está em estudo – Heckman, Rolnick e Grunewald. Não informa, porém, as razões de os três autores terem sido escolhidos. Os três são economistas norte-americanos que têm estudos na área de educação. James Heckman recebeu o Prêmio Nobel de Ciências Econômicas em 2000 e defende que investir na infância é mais eficaz do que distribuir renda. Rob Grunewald e Arthur Rolnick assinam artigos sobre os benefícios da educação na primeira infância para o desenvolvimento. O empresário José Maurício Machline diz que tudo estava acertado para que seu Prêmio da Música Brasileira seguisse com o patrocínio. “Eles afirmaram que, de todos os patrocinados, o Prêmio era o que mais dava retorno para a marca. Pediram, então, um projeto ainda maior de circulação e eu fiz, mas agora veio essa decisão.” Ele afirma que já está no mercado para conseguir captar verba via Lei Rouanet para fazer a próxima edição da festa. “Já tenho aprovação para esse projeto.” Se não tivesse, seria certamente impedido, desta vez, pelas mudanças na Lei Rouanet prestes a serem anunciadas pelo governo federal, que vai baixar o teto por projeto de R$ 60 milhões para R$ 1 milhão.
BNDES O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) gastará em patrocínios culturais neste ano R$ 5 milhões. O valor do orçamento é três vezes inferior ao de 2017, quando o banco de fomento investiu R$ 15,5 milhões com esse fim. Em 2018, foram gastos R$ 8,1 milhões. O orçamento de 2019 é 38% inferior ao do ano passado.Em nota, a assessoria de imprensa explicou que a queda no orçamento para patrocínio cultural se deve à queda na receita operacional bruta. “Qualquer alteração no regulamento de patrocínio é de alçada do Conselho de Administração do BNDES”, diz a nota enviada pelo BNDES. O banco informou ainda que dará prioridade, neste ano, aos projetos ligados à literatura.
• SEM VERBA
Projetos que não foram renovados
» Festival de Cinema do Rio
» Mostra de Cinema de SP
» AnimaMundi
» Festival de Cinema de Brasília
» Festival de Cinema de Vitória
» Sessão Vitrine
» CineArte (SP)
» Prêmio da Música Brasileira
» Clube do Choro (Brasília)
» Casa do Choro (Rio)
» Teatro Poeira (Rio)