Moscou – As autoridades russas prenderam, nesta segunda-feira (28), um homem acusado de roubar, tranquilamente, uma pintura do século 19 na prestigiosa Galeria Tretiakov, de Moscou, à vista do público. As imagens da câmera de vigilância divulgadas pela imprensa russa mostram um roubo incomum. Nelas, um homem de cabeça raspada e vestido de preto se aproxima, com o rosto descoberto, da pintura do paisagista russo Arjip Kuinyi, tira o quadro da parede e o carrega, diante do olhar desconcertado dos visitantes deste museu estatal, muito frequentado.
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O quadro, que representa o monte Ai-Petri, na Crimeia, e foi pintado entre 1898 e 1908, foi encontrado pela polícia em uma construção, onde estava escondido, informou o Ministério do Interior russo.
As imagens divulgadas pelo ministério mostram a polícia colocando o homem no chão e descobrindo a pintura, que parece estar intacta. O valor da obra foi estimado em 175 mil euros (R$ 754 mil) por um especialista em história da arte consultado pela agência de notícias pública Tass.
Em um vídeo que mostra seu interrogatório por parte da polícia, o suspeito negou sua responsabilidade e disse não se lembrar de onde estava no dia do roubo. Segundo as autoridades, ele já havia sido acusado no passado por posse de entorpecentes e era alvo de uma proibição de deixar o território. A polícia tenta descobrir se teve cúmplices.
Fundada em 1856, a Galeria Tretiakov tem uma das coleções mais importantes da Rússia, que inclui obras de Marc Chagall, Vasili Kandinski e o célebre Quadrado negro sobre fundo branco, de Kazimir Malevich. Este foi o segundo incidente constrangedor na galeria em menos de um ano.
No final de maio, um homem de 37 anos danificou, depois de quebrar o vidro protetor, um dos quadros mais importantes da galeria, Ivan, o Terrível, matando seu filho, do pintor Ilia Repin.
O Kremlin garantiu que o museu está “protegido adequadamente”, mas reconheceu que “é preciso tirar conclusões” do roubo. “Felizmente, o quadro foi encontrado rápida e eficazmente, graças aos esforços enérgicos das nossas forças da ordem”, informou o porta-voz do Kremlin, Dimitri Peskov. .