Procurador que atua no caso envolvendo acusações de estupro feitas ao produtor reconheceu que uma denunciante foi aconselhada pela polícia a apagar “mensagens comprometedoras” de seu celular
Um novo e vergonhoso erro do procurador de Manhattan no caso Harvey Weinstein veio à tona: ele admitiu ontem que um inspetor da polícia de Nova York havia aconselhado uma das mulheres acusadoras do produtor cinematográfico a apagar de seu telefone celular tudo o que ela considerasse vergonhoso.
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Embora a assistente Illuzzi-Orbon garanta que a demandante entregou todo o conteúdo de seus telefones ao procurador, esta admissão enfraquece ainda mais a procuradoria, que teve que abandonar na quinta-feira passada uma das acusações contra o produtor de 66 anos, por “inconsistências” no depoimento de testemunhas.
“Este novo fato mina ainda mais a integridade de uma acusação já deficiente”, disse o advogado de Harvey Weinstein, Ben Brafman, citado por seu porta-voz.
Embora Weinstein tenha sido acusado de abuso sexual por cerca de 80 mulheres, o processo aberto contra ele no primeiro semestre deste ano se baseou nas denúncias de apenas três mulheres. Depois da decisão de quinta-feira retrasada, somente se mantiverem as acusações de duas mulheres. A terceira, Lucía Evans, a única cujo nome havia sido divulgado, perdeu credibilidade depois que uma testemunha disse que aceitou praticar sexo oral em Weinstein, com a esperança de obter um papel.
O afastamento de Evans do caso se deveu em parte a um erro do inspetor DiGaudio, que não revelou ao procurador a existência deste testemunho contraditório.