Vinte bailarinas e bailarinos que trabalharam com o coreógrafo belga Jan Fabre alegaram na quinta-feira, 13, que sofreram humilhações e abusos sexuais, em uma denúncia na linha do movimento #Metoo.
Fabre, que nasceu em Antuérpia em dezembro de 1958, é um dos artistas mais famosos e controversos da Europa, conhecido por sua arte da provocação em seus espetáculos, que abordam abertamente a sexualidade.
Em uma carta na revista de arte rekto:verso, antigos funcionários descreveram um ambiente de trabalho tóxico, onde a "humilhação era pão de todo dia" na companhia Troubleyn.
A Auditoria Trabalhista de Antuérpia, vinculada à procuradoria especializada em conflitos trabalhista, abriu uma investigação "sobre possíveis atos de violência, assédio e abuso sexual no local de trabalho", explicou um porta-voz à rede de televisão VRT.
A carta dos trabalhadores aponta vários atos de humilhação e intimidação sexual, incluindo sessões fotográficas "semi-secretas", nas quais ele oferecia a artistas dinheiro e drogas para que se "sentissem mais livres".
Leia Mais
Promotoria de LA não denunciará Kevin Spacey por abuso sexual'Era brincadeirinha', diz youtuber Everson Zoio ao descrever como abusou sexualmente da exWeinstein volta a se declarar inocente de acusações de abuso sexualMulher de Chris Hardwick apoia marido acusado de abuso sexualApresentador Chris Hardwick é acusado de abuso sexual por ex-namoradaDocumentário sobre Whitney Houston revela que ela foi vítima de abuso sexualFabre também foi acusado de humilhar as mulheres durante os ensaios com "críticas dolorosas e frequentemente abertamente machistas" sobre seus corpos.
Oito dos artistas assinam a denúncia pública com nome e sobrenome, enquanto o restante dos que assinaram o fizeram mantendo o anonimato.
Os signatários, que explicam que as tentativas de diálogo com o coreógrafo nunca deram frutos, expressaram seu incômodo em um encontro com o artista, no qual ele afirmou que nunca viu problemas em seu comportamento sexual.
A revista rekto:verso ofereceu a Fabre a possibilidade de resposta, e ele rejeitou as acusações.
"Não obrigamos ninguém a fazer coisas que tanto uns como outros consideram acima de seus limites", escreveu.
Fabre é membro da chamada Onda belga que cativou a cena artística europeia nos anos 80 com peças vanguardistas de obras originais e clássicas..