“Eu acho que fui escolhido como um instrumento para dar música, amor e harmonia ao mundo”, disse Michael Jackson durante entrevista à Oprah Winfrey, em 1993. O propósito do artista foi alcançado: mesmo após o falecimento, em junho de 2009, a arte de MJ está imortalizada. Caso estivesse vivo, Michael Joseph Jackson completaria 60 anos de idade nesta quarta-feira. O pequeno garoto da cidade Gary, no estado de Indiana, nos Estados Unidos, cresceu no ramo da música e revolucionou a história do pop.
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Médico de Michael Jackson diz que cantor foi quimicamente castrado pelo paiSapatos de Michael Jackson vão a leilão nos EUATerceiro álbum póstumo de Michael Jackson ganha data de lançamentoOito anos depois de sua morte, Michael Jackson permanece na memória de fãsCoreógrafo Paul Taylor morre aos 88 anos nos EUAA soma entre infância agitada no ramo artístico e relação abusiva com o pai (que praticava agressões físicas e verbais contra os filhos para que se tornassem artistas) trouxe diversas consequências negativas para a carreira de Michael Jackson. Entretanto, apesar da solidão, do medo das surras e da pressão causada pela imprensa, o artista seguiu fazendo história. O primeiro disco solo de sucesso de Michael, Off the wall, vendeu cerca de 30 milhões de cópias no mundo todo e gerou o primeiro Grammy do cantor, com o single Don’t stop ’til you get enough.
Ele não parou. Com uma discografia formada por 13 álbuns (dois deles são póstumos), Michael alcançou 13 Grammys (com 38 indicações) e diversos prêmios importantes no universo musical, como 7 MTV Video Music Awards e 26 American Music Awards. Além disso, Jackson foi inovador ao produzir videoclipes marcantes à época. O vídeo de Thriller, por exemplo, foi um dos primeiros a contar com superprodução e um grande investimento (cerca de US$ 1 milhão), além de abrir caminho para outros trabalhos de artistas negros na televisão norte-americana. Em cinco anos após a morte, ele havia vendido mais de 700 milhões de cópias ao redor do mundo.
O legado
Além de revolucionar a indústria mundial da música, Michael Jackson é um grande símbolo de inspiração. “Encantador. Ele é um encantador de almas”, descreve Célia Porto. A cantora e musicista brasiliense atua como diretora musical do projeto I’ll be there. A iniciativa existe há oito anos e presta, anualmente, um tributo à história de Michael Jackson. “É um apanhado da obra dele, desde a época The Jackson 5 até o último CD”, afirma Célia.
Atualmente, a iniciativa conta com 75 participantes, entre músicos, bailarinos, atores e técnicos. Inspirados por Jackson, o grupo faz espetáculos musicais para adultos e crianças. As apresentações contam com interpretações de clássicos do Rei do Pop, releituras, intervenções poéticas e um medley de canções do Jackson 5. “Quando começamos a estudar Michael para produzir o trabalho, percebemos que a obra dele não era superficial. Ele tinha um sofrimento duro, traz isso na alma. As músicas são inesquecíveis e ele tem um repertório fantástico”, explica Célia Porto.
De acordo com ela, o segredo de Michael Jackson para cativar uma legião de fãs ultrapassa as questões técnicas. “Ele não é de uma tribo. A música Black or white, por exemplo, é exatamente sobre isso. É universal, quer dizer: ‘Nós somos todos de uma tribo só’. Foi um trabalho para atingir corações. Ele se entregou de corpo e alma”, completa.
O Rei do Pop também influenciou os passos de Lucas Gama. O jovem brasiliense de 20 anos é fã de Michael Jackson desde a infância. Conheceu o trabalho do artista pouco antes da morte do ícone musical. “É incrível que, mesmo depois de morto, ele continua vivo na arte. Por isso, acho que deveria manter a arte dele viva”, conta o dançarino.
Em 2011, Lucas realizou a primeira performance de dança em homenagem ao cantor, durante uma apresentação escolar. Influenciado por Michael, o garoto encontrou na dança uma paixão. Começou a realizar covers do Rei do Pop e, em 2012, passou a integrar a equipe do projeto I’ll be there. Atualmente, Lucas Gama realiza apresentações em festas e eventos, e cursa licenciatura em dança no Instituto Federal de Brasília (IFB). “Michael Jackson me inspirou. Dali, acabei descobrindo a dança”, afirma o estudante, que conclui: “O maior dom do Michael é o modo como a arte dele faz com que as pessoas acreditem nos seus talentos. Ele falava pra você tentar ser você mesmo, seguir seus dons com simplicidade e amor. Ele é uma filosofia de vida para mim”.
13 Grammy Awards
É o artista solo que mais ganhou Grammys em um evento só. Em 1984, o Rei do Pop levou oito troféus para casa. Em 2000, a banda Santana igualou o marco de Jackson.
105 milhões de cópias no mundo com o álbum Thriller
O disco perdeu, recentemente, o posto de álbum mais vendido da história dos EUA. Enquanto o trabalho de Jackson vendeu 33 milhões de cópias no país, o disco Their greatest hits (1971-1975), do grupo The Eagles, vendeu 38 milhões de cópias.
Mais de 530 milhões de visualizações no YouTube com Thriller