Belo Horizonte está bem na fita. Pesquisa realizada em 12 capitais das cinco regiões do país mostra que a cidade mineira tem os melhores índices de acesso à cultura entre as maiores metrópoles do país. A pesquisa “Cultura nas capitais: como 33 milhões de brasileiros consomem diversão e arte” coloca BH em primeiro lugar na frequência a shows, feiras de artesanato, museus, teatros e concertos.
Realizado pela J. Leiva Cultura & Esporte e pelo Datafolha, o levantamento foi feito entre 14 de junho e 27 de julho de 2017. No total, foram 10.630 entrevistados – na capital mineira, participaram 609 pessoas, que responderam a 55 perguntas sobre seus hábitos culturais nos 12 meses anteriores à pesquisa.
O estudo também foi realizado em Belém, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Luís e São Paulo. Além dos cinco pontos destacados, há outros resultados que colocam BH acima da média nacional: leitura de livros e ida ao cinema. Ainda em leitura, ida a bibliotecas e saraus, a cidade teve o segundo maior resultado entre as 12 cidades.
“O grande medo de quem faz pesquisa é que os dados morram na gaveta”, afirma João Leiva, responsável pelo projeto. Para escapar a desse destino, foram disponibilizados no site www.culturanascapitais.com.br os resultados do projeto. O material reúne 180 infográficos e análises dos 15 temas do estudo: Tempo livre, Acesso e prática, Educação, Renda, Gênero, Idade, Religião, Cor da pele, Cultura e tecnologia, Música, Artes visuais, Artes cênicas, Audiovisual, Políticas públicas e Cidades.
“Além disso, vamos promover uma série de seminários nas cidades para debater os resultados (o encontro em BH ainda não tem data definida, mas deverá ser entre agosto e setembro). A pesquisa traz dados que nos permitem afirmar com certeza; outros que permitem afirmar com algum grau de certeza e ainda um terceiro caso, de dados que nos permitem levantar hipóteses”, afirma Leiva.
VARIÁVEIS De acordo com ele, as variáveis que mais determinam o acesso à cultura são educação e renda. “A pesquisa nos mostrou, por exemplo, que o acesso cai com a idade. Nos países desenvolvidos, o acesso começa a cair a partir dos 60 anos. O que foi surpreendente para nós é que, no Brasil, ele cai a partir dos 40. Levantamos a hipótese de que isso tenha a ver com problemas de escolaridade de gerações passadas, que tinham menos acesso. Além disso, o grosso das políticas públicas de cultura é voltado para o jovem, que é o agente da mudança. Os mais velhos são mais excluídos.”
A J. Leiva realizou em 2014 um projeto de perfil semelhante, só que de menor porte. Uma pesquisa isolada foi realizada em algumas localidades, BH incluída. Os dados comparativos dos dois períodos mostram que o acesso à cultura na capital mineira melhorou no intervalo de três anos. Nos 13 itens pesquisados, somente um deles apresentou resultado inferior (a frequência a festas folclóricas ou populares caiu de 45% em 2014 para 42% em 2017). Em todos os outros houve crescimento (o acesso ao cinema, por exemplo, cresceu 11%).
As pessoas que responderam ter ido a pelo menos um museu foram indagadas sobre qual é sua instituição preferida. Segundo a pesquisa “Cultura nas capitais”, o museu mais visitado da Grande BH foi o Museu de Arte da Pampulha (MAP). Depois dele aparecem, nesta ordem, o Circuito Cultural Praça da Liberdade (sem especificar qual instituição), Inhotim, Museu de Artes e Ofícios e Museu Histórico Abílio Barreto.
TOP OF MIND
O Palácio das Artes é citado por 95% dos participantes da pesquisa como espaço cultural que conhecem (69% afirmam já ter ido). Em segundo lugar entre os mais lembrados (93%) está o Conjunto Arquitetônico da Pampulha, que 69% dizem já ter visitado. A margem de erro da sondagem é de quatro pontos