A quarta edição do Junta Bazar de Arte Independente consolida o evento na programação cultural de Belo Horizonte. A cada edição são apresentados trabalhos de 40 artistas selecionados pelos organizadores e curadores Baba Jung, Binho Barreto, Comum e Thiago Alvim. Os bazares anteriores foram realizados em dezembro de 2016 e em junho e dezembro de 2017.
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Os curadores pensaram num formato que, ao mesmo tempo, permita a apresentação dos trabalhos, a aquisição das obras e contribua para a formação do público. “Estamos atentos à cena artística da cidade”, afirma Binho. Cada curador lista 20 autores, a partir de sua rede pessoal. Diante de 80 nomes, eles entram em acordo para a lista final, com 40. “Temos alguns critérios, como o equilíbrio de gênero e artistas de meios e circuitos diferentes que exponham em galerias, venham das ruas ou dos quadrinhos. Enfim, que tenham percursos variados. Também olhamos a variedade técnica e temática”, diz o curador.
Binho destaca que pelo fato de a curadoria prezar pela diversidade, artistas negros e LGBTQs, naturalmente, vêm sendo selecionados. Outra preocupação dos curadores é garantir a participação de autores de diferentes gerações, “de quem acabou de sair da faculdade até o artista com carreira consolidada”, afirma.
De acordo com os curadores, o Junta abrange faixa de público e preços que diferem daqueles do circuito convencional das artes. “Temos interesse em galeristas e colecionadores, mas o nosso foco é o comprador comum, profissional liberal que não tem aporte grande, mas tem afinidade com arte”, afirma. Cada artista leva, em média, 10 trabalhos, totalizando cerca de 400 obras com preços a partir de R$ 50. A média de preços varia de R$ 200 a R$ 500. Cerca de 20% têm valores acima de R$ 1 mil.
Os curadores destacam a diversidade de técnicas e linguagens. Há esculturas, fotografias, desenhos, pinturas, gravuras e trabalhos híbridos. “As pessoas vão encontrar de trabalhos mais ousados da arte contemporânea, com linguageAm refinada, a trabalhos da arte popular”, afirma Binho. Várias obras trazem conteúdo contestatório, político e poético. Binho destaca, por exemplo, a participação dos poetas Júlia Panadés e Renato Negrão, que mesclam palavra e imagem. “O lema que norteia nosso pensamento é a coexistência. Diferentes linguagens podem estar no mesmo espaço”, reforça.
O Junta, na opinião de Binho, colabora para mostrar que é possível comprar e consumir arte sem gastar muito. Os curadores apostam também numa ambientação diferente para o bazar, de maneira a evitar o distanciamento entre quem cria e quem consome.
“O ambiente é o mais confortável, desinibidor e festivo, para não gerar constrangimento para quem quer comprar arte. O preço fica visível. Tudo é montado para que a experiência seja prazerosa”, conclui. O bazar oferece cerveja artesanal e degustação de petiscos.
JUNTA BAZAR DE ARTE INDEPENDENTE
Sábado (9), domingo (10), dias 16/6 e 17/6, das 10h às 20h. Mama/Cadela. Rua Pouso Alegre, 2.048, Santa Tereza. Happy hour e bate-papo com os organizadores na quinta-feira (14), das 19h às 22h.