O cineasta Vittorio Taviani, responsável por alguns dos grandes filmes do cinema italiano, morreu em Roma aos 88 anos, informou neste domingo (15) a imprensa, citando fontes familiares. "O cinema é a minha vida porque, se não, seria só um fantasma e todas as relações com os demais de dissolveriam na confusão", dizia.
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Muito inspirados pelo mestre do neorrealismo, Roberto Rosselini, mas também por Vittorio De Sica, os dois irmãos se interessaram desde o início, nos anos 1960, pelos temas sociais. O cinema da dupla se diferenciou rapidamente por um estilo singular.
"É um dia triste para a cultura, um dos maiores mestres do nosso cinema se vai", declarou em comunicado o ministro italiano da Cultura, Dario Franceschini. "Dom, bondade, humildade. Classe. O homem da boina que o diferenciava de Paolo. Posso dizer como Scola 'nos amamos tanto'. 'A noite de São Lourenço' é sua obra-prima", reagiu no Twitter Gilles Jacob, ex-presidente do Festival de Cannes.
Após uma série de documentários, os irmãos Taviani realizaram seu primeiro longa-metragem, Un uomo da bruciare (1962), que conta a história de um sindicalista socialista marxista que luta contra a máfia siciliana.
Foi em 1974, com Allonsanfan, uma evocação da Itália pós-napoleônica e o fracasso dos movimentos revolucionários que explodiram na época, que obtiveram seu primeiro sucesso internacional. Grande parte de seus filmes são inspirados em obras literárias. Com As afinidades eletivas adaptaram Goethe, e em Pai patrão se basearam em um romance de Gavino Ledda.
Pai patrão, que fala do duro destino de um menino sardenho criado por um pastor, venceu a Palma de Ouro do Festival de Cannes, onde suscitou uma polêmica por sua dureza. O tema da infância também está presente em A noite de São Lourenço (1982), Grande Prêmio Especial do Júri de Cannes.