Artistas lamentam assassinato de Marielle Franco do PSOL
A vereadora do Rio de Janeiro foi baleada com quatro tiros na cabeça na noite desta quarta-feira (14) e comoveu celebridades: 'Continuaremos lutando por justiça'
O assassinato de vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco, na noite desta quarta-feira (14), comoveu músicos, atores, atrizes e outros artistas cariocas e do resto do país. Filiada ao PSOL, ela foi morta com pelo menos quatro tiros na cabeça dentro de um carro no bairro do Estácio, na Região Central do Rio, por volta das 21h30. O motorista do veículo, Anderson Pedro Gomes, também faleceu.
Famosos usaram as redes sociais para protestar contra o crime, investigado pela polícia como execução até o momento. "Das poucas vezes que me falta a voz. Chocada. Horrorizada. Toda morte me mata um pouco. Dessa forma me mata mais. Mulher, negra, lésbica, ativista, defensora dos direitos humanos. Marielle Franco, sua voz ecoará em nós. Gritemos", lamentou a cantora Elza Soares, no Twitter. "Vida negras não importam. Vida de mulheres negras importa menos ainda", disse Maeve Jinkings.
"Tiraram a vida de Marielle Franco. Assassinaram uma guerreira. Por ser negra, por ser mulher e por ser guerreira. Marielle dedicou sua vida à luta contra a injustiça e a barbárie. E morreu por isso. Não podemos nos calar. Marielle nunca se calaria", protestou o ator Gregorio Duvivier. "A luta continua, Marielle!!!", prometeu a atriz Paolla Oliveira. "Quem fala que o que rolou foi assalto ou é burro ou é mal intencionado", disse Clarice Falcão. "E ela falava em trocar a ponta do fuzil por lápis", lembrou Ingrid Guimarães.
A rapper carioca MC Carol também se manifestou. "Estou buscando palavras, porque eu só sinto ódio, raiva e muito medo. Realmente, eu não sei o que falar. Mais do que nunca eu estou me sentindo oprimida e fraca, eu tinha tantos planos para esse ano. E agora eu só tenho lágrimas e pavor. Marielle e Taliria me encorajaram a lutar, a ser mais forte, elas estiveram na minha casa, onde conversamos por horas, sobre meus medos, minhas dúvidas etc. Eu estava tão segura, tão esperançosa depois de conversar com elas. Hoje eu só sinto medo, eu sempre senti, na verdade, por ser negra, por morar no morro, por andar à noite na rua, por ser mulher, por cantar funk, principalmente Delação premiada, mas alguma coisa me dava força e esperança lá no fundo, algo me dizia que eu tinha que fazer, que eu tinha que gritar e falar mesmo, que eu podia, mas hoje eu tenho certeza que nada te protege independente de quem você seja, se você for negro e lutar pelos negros, você sempre acaba EXECUTADO!!!", disse.
"A vereadora Marielle Franco foi executada no Rio enquanto milhares de brasileiros sonham com a igualdade, segurança e empatia. Que sua alma encontre a luz e que a força cresça dentro de cada um de nós pois, vivemos num mundo adoecido e não será fácil concluir nossas missões!", disse Karol Conka.
Quatro dias antes de morrer, Marielle denunciou ação da Polícia Militar na Favela do Acari. "Nessa semana dois jovens foram mortos e jogados em um valão. Hoje a polícia andou pelas ruas ameaçando os moradores. Acontece desde sempre e com a intervenção ficou ainda pior", escreveu ela no Facebook.
Confira a repercussão:
Das poucas vezes que me falta a voz. Chocada. Horrorizada. Toda morte me mata um pouco. Dessa forma me mata mais. Mulher, negra, lésbica, ativista, defensora dos direitos humanos. Marielle Franco, sua voz ecoará em nós. Gritemos.
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A vereadora Marielle Franco foi executada no Rio enquanto milhares de brasileiros sonham com a igualdade, segurança e empatia. Que sua alma encontre a luz e que a força cresça dentro de cada um de nós pois, vivemos num mundo adoecido e não será fácil concluir nossas missões!
Matam a gente. TODO OS DIAS. Às vezes, não com nove tiros. Às vezes, com nove palavras. Às vezes, com nove indiretas. Às vezes, com nove %u201Cpiadas%u201D. Anda perigoso existir NO BRASIL.
Por favor, mulheres que estão à frente, que lutam por todas nós, não deixe que essa tragédia cale a voz de uma geração... que a luta seja por Marielle, e pelas tantas outras e muitas que foram caladas a força bruta...