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Músicos lamentam morte de Mark E. Smith, do The Fall, ícone do pós-punk

A cantora e compositora Cat Power, o cineasta Edgar Wright, o baixista Peter Hook, a banda Pixies e o líder do Arcade Fire, Win Butler, não pouparam palavras para falar sobre Mark E. Smith. O líder da banda britânica The Fall morreu nesta quarta-feira (24) aos 60 anos. O anúncio, que não deu maiores detalhes sobre a causa da morte, foi feito nas redes sociais do grupo.

“Gostaria que mais artistas fossem tão verdadeiros”, tuitou Butler. “Mark, você vai fazer muita falta”, disse Hook, ex-Joy Division e New Order, também pelo Twitter. “Não apenas uma lenda de música indie, mas alguém que, para mim, era um portal para esse gênero”, acrescentou Wright, diretor do filme Em ritmo de fuga (2017).

Criada em Mancheter em 1976, o grupo The Fall sempre foi considerado um projeto pessoal de Mark E. Smith. Conhecido como pelo temperamento difícil, o que o levou a despedir dezenas de integrantes da banda, ele criou uma das discografias mais prolíficas do pós-punk.
O The Fall, na verdade, foi a banda mais longeva e produtiva de sua geração. Foram mais de três dezenas de álbuns, o mais recente deles New facts emerge (2017).

Ainda que seja fruto do pós-punk, a música do grupo abrange diferentes estilos – pode cair no rock atonal, pode ser mais acessível. Mas algumas características não mudaram ao longo de quatro décadas: as melodias são cruas e as letras enigmáticas de Smith são interpretadas por ele com um vocal quase incompreensível.

O The Fall nunca conheceu o sucesso comercial – mas foi um grupo que influenciou uma geração de músicos, e virou objeto de culto dos fãs. O grupo ainda foi muito próximo da BBC Radio 1, do lendário DJ John Peel, que sempre considerou o The Fall sua banda favorita. “Eles são sempre diferentes; eles são sempre os mesmos”, disse Peel, responsável por lançar a carreira de grupos como The Smiths.

Na discografia do grupo, destacam-se Perverted by language (1983) e This nation's saving Grace (1985).  

 O The Fall rivalizou com outras bandas do Norte de Inglaterra, como o Joy Division, com quem dividiu palco em alguns shows. Smith pode ser visto no filme A festa nunca termina (2002), filme de Michael Winterbottom que retratou o rock inglês da década de 1980, principalmente as bandas às voltas com a Factory Records, em Manchester.

Tony Wilson, criador da Factory e figura central do rock britânico, chegou a dizer certa fez que “se houvesse um cálice sagrado, Mark Smith seria o único autorizado a pegar nele”.

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