Desde o estopim do escândalo envolvendo o produtor Harvey Weinstein, Meryl Streep se estabeleceu como uma das vozes mais importantes contra o magnata, já que trabalhou ao lado dele em diversas produções. Apesar de afirmar nunca ter tomado conhecimento dos casos de assédio, a atriz revelou em uma entrevista ao jornal norte-americano The New York Times que sofreu abusos no início de sua carreira.
''Tive algumas experiências, principalmente quando era jovem e bonita'', revelou. ''Ninguém vem até mim agora, então não aconteceu recentemente. Mas no passado, quando todo mundo estava cheirando cocaína, havia muito comportamento que era indesculpável. Mas agora aquelas pessoas estão mais velhas, e mais sóbrias, então sinto que tenho que perdoar''.
Streep não quis dar detalhes sobre os abusos que sofreu. ''Eu sofri, mas não quero arruinar a vida adulta de ninguém. Acho que se o mundo seguir como está, temos que achar um jeito de trabalhar juntos e saber que é melhor para os homens se eles nos respeitarem profundamente como iguais'', afirmou.
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A iniciativa, chamada Time's Up, inclui um fundo de defesa legal que até agora arrecadou 13,4 milhões de dólares da sua meta de 15 milhões para proporcionar apoio legal subsidiado a mulheres e homens que foram sexualmente assediados, agredidos ou abusados %u200B%u200Bem seu local de trabalho.
Além disso, a carta chama as mulheres para se vestirem de preto na cerimônia dos Globos de Ouro do próximo domingo (07), como uma declaração contra a desigualdade de gênero e racial, assim como para aumentar a consciência sobre os esforços do grupo.
CRÍTICAS Apesar de seu posicionamento, a atriz vem recebendo uma série de críticas. Rose McGowan, uma das vozes mais ativas em relação às denúncias contra Weinstein, comentou que ''atrizes como ela, que trabalharam com alegria para o 'Porco Monstruoso' vestirão preto no Globo de Ouro em um protesto em silêncio. O seu silêncio é o problema. Desprezo a hipocrisia de vocês''.
Ao ser questionada sobre a declaração da colega, a veterana respondeu que ''não estava em silêncio deliberativo. Eu não sabia. Eu não aprovo o estupro. Eu não gosto que jovens garotas sejam assediadas''.
Mais tarde, uma campanha espalhou pelas ruas de Los Angeles cartazes que acusavam a atriz de saber sobre os casos de assédio envolvendo o produtor. Segundo a publicação, o movimento é liderado pela artista Bárbara Kruger e questiona a atriz sobre o período em que trabalhou com Harvey, como Álbum de Família (2013) e A dama de ferro (2011).
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