Sete ex-atores infantis denunciaram ter sido abusados pelo produtor de Hollywood Gary Goddard na década de 1970, somando-se à acusação que há mais de um mês foi feita pelo ator Anthony Edwards. O jornal Los Angeles Times entrevistou outros sete homens que contaram suas histórias motivados por Edwards, conhecido por seu trabalho na série ER e no filme Top Gun - Ases Indomáveis e que disse que Goddard - seu mentor e representante no início - abusou sexualmente dele desde que o conheceu, quando adolescente, e durante anos.
As novas supostas vítimas disseram ao jornal que os avanços do produtor iam desde "passar a mão na coxa durante as pausas de alguma produção, carícias em passeios por locais obscuros da Disneylândia, a repetidos incidentes de abuso sexual durante viagens pelo estado" da Califórnia. Entre os que o denunciaram destaca-se Bret Nighman, Mark Driscoll, hoje produtor de grandes séries, e Linus Huffman, que atuou aos 13 anos em uma adaptação de Goddard de Oliver.
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"Se sentava do meu lado e colocava as mãos entre as minhas pernas e me dizia: 'estou muito orgulhoso de você' e movia na direção da minha virilha", indicou Huffman. O assessor do produtor Sam Singer disse que Goddard não responderia a essas acusações. "Se fosse possível provar sua falsidade, o senhor Goddard debateria essas acusações de 40 anos atrás. Mas como não é possível, não o fará".
O mundo do entretenimento vive desde outubro um terremoto pelas dezenas de denúncias públicas de assédio, abuso sexual e estupro contra personalidades poderosas como o produtor Harvey Weinstein, o ator Kevin Spacey e o comediante Louis CK. Cartazes que mostram Meryl Streep sorridente ao lado de Weinstein em preto e branco, com uma tarja vermelha sobre os olhos da atriz e a frase "Ela sabia", foram espalhados por Los Angeles na terça-feira (19).
No início da semana, a atriz Rose McGowan, uma das vítimas do produtor, criticou Streep por sua intenção de usar um figurino preto em um "protesto silencioso" no Globo de Ouro. "SEU SILÊNCIO É O PROBLEMA", escreveu no Twitter, uma mensagem que depois foi apagada. A autoria dos cartazes foi atribuída a Sabo, um artista de direita de 49 anos.
"Hollywood pensa que atirando os seus debaixo de um ônibus vai aproveitar a atenção para forçar a saída do presidente Trump. Estão errados", escreveu. O cartaz também é um ataque ao filme The Post, produção sobre liberdade de imprensa que é considerada uma crítica ao presidente republicano Donald Trump.
Streep chamou Weinstein de "deus" ao receber um Globo de Ouro em 2012, mas insiste que não sabia nada a respeito da conduta do influente produtor, investigado em Nova York e Los Angeles por abuso sexual.