Feministas tentam impedir mostra dedicada a Roman Polanski em Paris

Cineasta de 84 anos foi acusado por várias mulheres de agressões sexuais. Manifestação na Cinemateca Francesa será nesta tarde

por AFP 30/10/2017 10:48
LAURENT EMMANUEL
(foto: LAURENT EMMANUEL)
A associação Osez le féminisme! convocou uma manifestação nesta segunda-feira (30) em Paris contra uma retrospectiva organizada pela Cinemateca Francesa em homenagem ao cineasta franco-polonês Roman Polanski, acusado por várias mulheres de agressões sexuais.

A manifestação está prevista a partr das 18h30 (16h30 de Brasília) em frente à instituição, onde o diretor de 84 anos deve assistir à projeção de seu último filme, Based on a true story.

"Para nós, o importante é cancelar a retrospectiva, obter um pedido de desculpas da Cinemateca e uma conscientização", disse à AFP a porta-voz do grupo feminista, Raphaelle Rémy-Leleu.

A instituição garantiu que não cancelará esta retrospectiva. "Fiel aos seus valores e à sua tradição de independência, a Cinemateca não pretende ser substituída por qualquer justiça", afirmou a instituição presidida pelo diretor Costa-Gavras, denunciando um pedido de "censura".

Uma petição cobrando o cancelamento da homenagem a Polanski já reunia mais de 26 mil assinaturas.

Sob pressão das feministas, Roman Polanski teve que desistir no início do ano de presidir a cerimônia de entrega dos César.

O cineasta foi indiciado nos Estados Unidos em 1977 pelo estupro de Samantha Gailey, de 13 anos. Aos 43 anos, Polanski admitiu ter tido relações sexuais ilegais com a menor.

Depois de passar 42 dias na prisão, Roman Polanski fugiu dos Estados Unidos em janeiro de 1978, temendo que fosse novamente condenado a uma pena mais severa.

Desde este caso e o escândalo envolvendo Weinstein, várias mulheres emergiram das sombras para acusar o cineasta de agressão sexual, acusações "infundadas", segundo seu advogado.

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