A partir desta segunda-feira, 04, Juca Ferreira deixa de ser o presidente da Fundação Municipal de Cultura e passa a ser o secretário municipal de Cultura de Belo Horizonte. Na prática, no entanto, pouca coisa deve mudar. Até porque, a criação da secretaria não implica extinção da FMC, instituída em 1º de janeiro de 2005, no mandato do então prefeito e hoje governador Fernando Pimentel (PT). ''A Fundação é o braço executivo da secretaria municipal. No Brasil inteiro é assim. As secretarias têm um braço descentralizado. O Ministério da Cultura, por exemplo, tem a Funarte (Fundação Nacional de Artes), o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), dentre outras autarquias'', argumenta Ferreira.
O produtor Rômulo Avelar assumirá a presidência da FMC. Na opinião de Juca Ferreira, a manutenção de duas estruturas dedicadas à gestão da cultura no município não contradiz o objetivo de enxugar a máquina administrativa anunciado pelo prefeito Alexandre Kalil (PHS).
De acordo com o sociólogo baiano, que assumiu a FMC no final de junho, a Fundação terá praticamente as mesmas funções de antes, mas de uma maneira mais aprimorada. Já a Secretaria municipal de cultura – definida dentro da Reforma Administrativa, Lei 11.065, sancionada por Kalil em 1º de agosto – ficará responsável por promover a formulação de políticas culturais democráticas; observar a diversidade cultural e étnico-racial, elaborar e coordenar a política municipal de arquivos e formular políticas públicas e o planejamento das atividades das unidades culturais do município.
''O que fizemos foi reagrupar os setores, as diretorias – seja de ação cultural, patrimônio. Vai ser parecido com o que era antes, mas de uma forma aperfeiçoada. A secretaria municipal terá algumas responsabilidades no sentido de coordenação do sistema da cultura, de manter relações com os governos estadual e federal. Teremos cerca de quatro cargos a mais. Alguns gestores serão mantidos e outros não'', afirma.
A oficialização da Secretaria Municipal de Cultura e o anúncio da nova equipe estão previstos para a noite desta segunda, em um evento aberto ao público, no Teatro Francisco Nunes. Haverá apresentações de números musicais com Maurício Tizumba, Aline Calixto, Flávio Renegado, Thiago Delegado e Marcelo Veronez. A entrada é gratuita. ''A (criação da) secretaria era uma demanda da classe artística já há algum tempo. E era uma promessa do prefeito que está sendo cumprida. Esta cerimônia vai ser uma celebração com a cidade e com os artistas'', diz Juca Ferreira.
SEM VIRADA
O secretário Juca Ferreira informou que Belo Horizonte não terá a Virada Cultural em 2017. Ele atribuiu o cancelamento do evento ao cronograma, já que estamos no segundo semestre. ''Até porque agora começa o período de chuvas e fica complicado realizar algo na rua. E organizar uma festa como é a Virada em cima da hora não dá. Se for para fazer, tem que fazer direito. Talvez tenhamos uma minivirada para celebrar os 120 anos de BH no fim do ano.'' Instituída em 2013 em Belo Horizonte, a Virada Cultural teve quatro edições desde então. Segundo Ferreira, em 2018 haverá uma edição maior e mais elaborada do evento.
Criação da Secretaria Municipal de Cultura de BH
Hoje, às 19h, no Teatro Francisco Nunes (Av. Afonso Pena, s/nº, Parque Municipal.
(31) 3277-6325), com shows de Maurício Tizumba, Aline Calixto, Flávio Renegado,
Thiago Delegado e Marcelo Veronez. Entrada franca.