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Conheça espaços culturais de BH onde é possível chegar de metrô

Entre casas de shows, espaços artísticos e cinemas, única linha da região metropolitana é opção para quem procura lazer na capital

Pedro Galvão

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Apesar dos quase 2,5 milhões de moradores, não é difícil encontrar gente que nunca andou de metrô em BH, embora as catracas das 19 estações da única linha da região metropolitana tenham girado 59 milhões de vezes no ano passado. Em média, cerca de 220 mil pessoas trafegam diariamente pelos 28 quilômetros entre o Eldorado, em Contagem, e o Vilarinho, em Venda Nova. No entanto, apenas 6% o fazem em busca de lazer, de acordo com pesquisa da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), que administra o sistema, realizada em 2011.

A cultura está bem ao lado do metrô. Nas imediações das estações, há pelo menos 15 opções de casas de shows e espaços artísticos, além de quatro cinemas dentro de shoppings servidos pela rede. Esse transporte pode ser opção para quem vai a eventos na área da Praça da Estação ou no Bairro Santa Tereza, por exemplo. Casas da cena alternativa no Horto, como Galpão, Gruta e o badalado Zona Last, também são contemplados, assim como Granfinos e Music Hall, no Santa Efigênia, ou City Hall, no Prado. Há dois museus às margens da linha: de Artes e Ofício, no Centro, e o de História Natural da UFMG, no Santa Inês.

''Estava com vários amigos na Praia da Estação e logo em seguida iria à reabertura do Zona Last. Já tinha feito o itinerário algumas vezes antes, mas nunca de metrô'', conta o publicitário Breno Alvarenga. Só no mês passado ele usou essa alternativa para ir da Região Central ao Horto. Assim como Alvarenga, muita gente se esquece dessa opção na hora de se programar.

''Realmente, foi por desconhecimento das estações e um pouco por estar acostumado a não contar com o metrô. O mais bacana é que várias pessoas fizeram o mesmo, fomos todos num grande grupo'', conta o publicitário, que mora no Anchieta.

O sistema metroviário de BH não contempla muitos bairros das regionais Barreiro, Centro-Sul e Pampulha, por exemplo

. A interrupção do funcionamento das 23h às 5h15 é um complicador. Novas linhas são velha promessa que o poder público não consegue cumprir. No entanto, o sistema disponível pode facilitar o acesso a muitos circuitos culturais.

CENTRO

A Estação Central fica na Praça Rui Barbosa, palco de vários eventos a céu aberto, como o carnaval de rua, festivais e a Praia da Estação. Trata-se de ótimo destino e ponto de partida para quem procura diversão. A menos de 200 metros estão o Teatro Espanca! e o Baixo Centro Cultural, casa noturna que recebe shows e festas temáticas pelo menos três vezes por semana. Ambos ficam na Rua Aarão Reis. Em frente está o vão do Viaduto Santa Tereza, onde é realizado o Duelo de MCs.

Nas imediações da estação, há um corredor cultural. Atravessando a Avenida dos Andradas fica o Espaço 104, que oferece café, restaurante, galeria de arte e espaço para festas e eventos. O Cine 104, referência no cinema independente, está em recesso, mas deve voltar a funcionar em março.

Praticamente dentro da Estação Central está o Museu de Artes e Ofícios, que tem acervo singular, com peças relativas à história do trabalho no Brasil. Quem desembarca ali tem a opção de atravessar o túnel sob os trilhos e subir a escada que dá acesso à agradável Rua Sapucaí

. Com bela vista para o Centro e para o viaduto, ela abriga bares e restaurantes – entre eles, Salumeria, Pecatore e Dorsé. A Benfeitoria recebe diferentes ações ligadas à arte. Como a maioria dos eventos é realizada do fim da tarde a pouco antes da meia-noite, o metrô é opção.

OESTE

Quem desembarca na Estação Carlos Prates só precisa atravessar a passarela sobre a Avenida Tereza Cristina para acessar o City Hall. Hoje à noite, o espaço recebe o show do sambista Péricles e do MC Davi.

O complexo do Expominas, que reúne parque de exposições e amplo galpão para feiras, shows e eventos, está conectado à Estação Gameleira. Os shoppings Itaú Power, em Contagem, Boulevard, Minas Shopping e Estação, em BH, são servidos por estações e contam com salas de cinema.

 

VALE A PENA TENTAR 

Nos últimos anos, o tradicional Bairro do Horto se tornou um polo cultural. Muito usada em dias de jogo no Independência, a estação local serve também a quem vai curtir eventos no Galpão Cine Horto, que recebe peças teatrais e espetáculos cênicos ou audiovisuais. Ali perto está o Bar Zona Last, que virou point em 2016 e abriga exposições e performances. Ele costuma abrir no final da tarde e atrair pequenas multidões à Rua Pouso Alegre até por volta das 2h. Quem “durar” pode curtir a noitada na Gruta!, na Rua Pitangui, dedicada a shows e festas musicais alternativas. Costuma bombar a partir da 1h, depois do fechamento da linha.

Referência da boemia no Leste de BH, o Bairro Santa Tereza conta com estação do metrô na Rua Mármore. Perto dali, há grande oferta de bares e restaurantes, além do Museu da Imagem e do Som (MIS), que recebe eventos na área de cinema. A 800 metros da Estação Santa Efigênia ficam as casas de show Granfinos, na Avenida Brasil, e Music Hall, na Avenida do Contorno.

Embora seja rápido, barato e útil para parte da população, o metrô segue ignorado por muita gente. Pedro Romero, proprietário do Zona Last, conta que ele não é a primeira opção de seus fregueses, mesmo com o bar a 400 metros da estação.

''Desde que começamos a atingir outros públicos, gente da região metropolitana, por exemplo, o metrô tem sido possibilidade de chegada até aqui. Ainda assim, é pouco usado pela galera da cena alternativa, artística e hipster. Preferem o transporte pessoal, Uber e a bicicleta'', argumenta.

No Baixo Centro Cultural, cujos eventos costumam ser realizados de madrugada, o metrô está fora dos planos dos frequentadores. ''Sinceramente, nunca funcionamos pensando nele, pois fecha cedo e nós abrimos tarde, né? Uma de minhas sócias, que mora no Santa Tereza, até deixou de usá-lo por causa de segurança'', conta Rafael de Souza, um dos responsáveis pelo espaço.

O metrô de BH opera das 5h15 às 23h. A passagem custa R$ 1,80, menos da metade dos R$ 4,05 cobrados nos ônibus. Recentemente, o prefeito Alexandre Kalil vetou o funcionamento até a 0h. Alegou que o transporte é intermunicipal e não cabe à prefeitura legislar sobre ele. No feriado de carnaval, de 24 de fevereiro a 1º de março, e nos dois fins de semana anteriores, o metrô vai funcionar até as 2h para atender os foliões.



Nos trilhos

» CITY HALL

Avenida Tereza Cristina, 179, Prado
. Hoje, às 22h, show de Péricles e 
MC Davi. De R$ 30 a R$ 120
Estação Carlos Prates

» FORRÓ PRAIA DA ESTAÇÃO
Praça Rui Barbosa, Centro
. Amanhã, às 14h. Entrada franca
Estação Central

» GRANFINOS
Av. Brasil, 326, Santa Efigênia
. Hoje, às 23h, show do bloco Baianas Ozadas. R$ 20 e R$ 25
. Amanhã, às 22h, Rap hour, com DJs Xereu, Bebela Dias, 4te, Eddy Alvez e Narronex. R$ 15
Estação Santa Efigênia

» MAR SAPUCAÍ
Rua Sapucaí, 527, Floresta
. Amanhã, das 12h às 22h, festa gastronômica com oferta de peixes, barraquinhas e DJ. Entrada franca
Estação Central

» MIS

Rua Estrela do Sul, 89, Santa Tereza
. Hoje e amanhã, às 19h30. 
. Domingo, às 17h. Mostra de filmes relacionados ao carnaval
Estação Santa Tereza