O Verão Arte Contemporânea (VAC), festival multidisciplinar realizado há 11 edições a cada início de ano, começa nesta sexta-feira. Com mais visibilidade e menos dinheiro. “É até contraditório, pois à medida que o evento vai se fortalecendo e ganhando mais parcerias, ele tem menos verba”, comenta Ione de Medeiros, do Grupo Oficcina Multimédia, criadora e organizadora do festival.
A redução orçamentária (o aporte da Lei Municipal de Incentivo à Cultura foi menor e o projeto não foi aprovado na Lei Estadual) traduziu-se em menos atrações. Serão 31 em 15 espaços culturais de BH – contra 41 e 21, respectivamente, na edição de 2016. As áreas de gastronomia e moda deixaram de participar do VAC. A programação deste ano vai abranger artes cênicas, música, cinema, literatura, arquitetura e artes visuais.
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Vale lembrar: só participam espetáculos inéditos no VAC e que tenham estreado em BH nos dois últimos anos. Muitos têm entrada franca – quando não, serão cobrados preços populares (R$ 20, inteira).
A despeito da crise, o VAC não deixa a peteca cair. O espetáculo de abertura, esta noite, no Sesc Palladium, reúne artistas que são sinônimo do engajamento que vai muito além do palco. A banda mineira Berimbrown apresenta o show Lamparina, de seu mais recente álbum, e toca pela primeira vez ao lado do rapper carioca MV Bill.
“Foi Gilberto Gil quem nos apresentou, 10 anos atrás”, relembra Mestre Negoativo, fundador do Berimbrown. Os dois participaram, a convite do baiano, do (extinto) programa Som Brasil. “Bill tem um olhar para a escrita, para a direção de cinema. Eu tenho um livro sobre capoeira, venho trabalhando com cinema. E a arte é interdisciplinar”, comenta Negoativo.
No palco, grupo e rapper vão apresentar juntos quatro músicas: três de Bill (A noite, O soldado que fica e Só Deus pode me julgar) e uma do Berimbrown (#partiucamburão). Haverá participação de três jovens rappers da cidade (Kainná Tawá, Max Souza e Glauber Calixto) e de dona Ana Elisa, sambista da velha guarda.
Inspirado nas manifestações bantus de Minas, principalmente o vissungo (ritual linguístico em extinção praticado por garimpeiros na região de Diamantina), o disco Lamparina, com 10 faixas, nasceu com o documentário Minas Gerais e sua cultura bantu, assinado por Negoativo. O show só foi visto uma vez em BH, no Teatro Bradesco, em agosto do ano passado.
NESTE FIM DE SEMANA
BERIMBROWN
Hoje, às 20h. Música.
Sesc Palladium, Rua Rio de Janeiro, 1.046, Centro, (31) 3214-5350.
Entrada franca.
Ingressos serão distribuídos
a partir das 18h.
...RICOCHETE!
Peça com Rita Clemente. De amanhã a segunda-feira, às 19h. Sala Multiuso do CCBB, Praça da Liberdade, 450, Funcionários, (31) 3431-9400. Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada).
FAÍSCA
Feira de artes gráficas.
Amanhã, das 11h às 17h,
no BDMG Cultural,
Rua Bernardo Guimarães, 1.600, Lourdes,
(31) 3219-8691.
Entrada franca
Neste fim de semana, Rita Medeiros leva à Sala Multiuso do CCBB seu mais recente espetáculo: ...Ricochete!. A montagem foi apresentada apenas em dezembro, na mostra que comemorou os 25 anos de carreira da diretora, dramaturga e atriz. Nessa nova temporada, houve mudanças no primeiro ato.
...Ricochete! é diretamente ligado ao espetáculo anterior de Rita, 19:45!. Ambos nasceram a partir de estudos que a autora chama de Bala perdida. A montagem que integra o VAC leva para cena três personagens (mãe, filho e motoboy), os dois primeiros presentes em 19:45!.
A vida do trio está ligada pelo percurso de uma bala. “Laura, vítima do acaso, Arthur, alvo perfeito, e o perdido Lucas, que, ao procurar fugir de um problema, dispara em sua direção”, informa a sinopse.
“É sobre a sensação de que a gente está interligado o tempo todo, mas não sabe disso. Outra coisa é a história de acaso e coincidência. Pensei muito na comunidade e na cidade onde vivemos. Essa geografia me pareceu muito apropriada para instaurar o ponto de convergência dos personagens, que estão ligados, mesmo um não tendo nada a ver com o outro”, afirma Rita. Além de dirigir, ela interpreta Laura, a mãe. “Existe um elemento trágico permeando as duas obras: essa coisa misteriosa que é viver”, completa Rita.
VERÃO ARTE CONTEMPORÂNEA
De hoje a 19 de fevereiro. Veja a programação completa em www.veraoarte.com.br
NÃO DEIXE DE IR
HORROR VACUI HAMLET
Espetáculo da Companhia
Teatro Adulto
De 25 a 27 de janeiro, no CCBB
Montagem inspirada em Hamlet, de Shakespeare, e Assim falou Zaratustra, de Nietzsche
FAUNA
Espetáculo do Grupo Quatroloscinco
De 26 de janeiro a 5 de fevereiro, no Galpão Cine Horto
“Peça-conversa” em que dois atores convidam o público a participar da cena por meio de jogos e situações
O SAMBA MANDOU ME CHAMAR
Com a cantora Cinara Ribeiro (foto)
Em 28 de janeiro, no CCBB
Homenagem a nomes da velha guarda do samba de BH. Participam os instrumentistas Thiago Delegado e Robson Batata, além dos sambistas Dona Elisa, Dóris Samba, Fabinho do Terreiro e Serginho Beagá
ESPAÇO ALÉM – MARINA
ABRAMOVIC E O BRASIL
Documentário
Em 29 de janeiro, no CCBB, e 12 de fevereiro, no Cine Humberto Mauro
O filme, que registra passagem da performer pelo Brasil, integra a programação da mostra Cinema, cultura, arte e poder, em cartaz de 29 de janeiro a 16 de fevereiro
TÃO TÁ
Lançamento do segundo álbum de
Luiza Brina e o Liquidificador (foto)
Em 29 de janeiro, no Teatro Bradesco
O trabalho da integrante da banda Graveola e o Lixo Polifônico foi produzido por Chico Neves