Um homem que viveu o teatro intensamente. Lendo, escrevendo, dirigindo órgãos culturais e, principalmente, atuando nos palcos. É assim que o diretor teatral Pedro Paulo Cava define Elvécio Queiróz Guimarães (1934-2016), que morreu na madrugada de ontem, em consequência de complicações causadas por um enfisema pulmonar. O velório foi realizado no Cemitério do Bonfim, onde o corpo foi sepultado. Charles Castro, ator, amigo e médico, que acompanhou Elvécio Guimarães nos últimos meses, explicou que dificuldades respiratórias, devido ao cigarro, vinham debilitando o colega durante todo o ano de 2016 e já tinham provocado diversas internações. “Foi um ator completo, que fez a carreira pelo seu talento, bom diretor e artista, que gostava de dar aulas e assim formou várias gerações de atores mineiros”, contou. “Um homem do bem”, acrescentou.
“Elvécio Guimarães não foi só bom ator, mas artista com presença importante na vida cultural e, em vários momentos, também política”, afirma Pedro Paulo Cava, recordando desde o empenho na regulamentação da profissão de ator até a luta contra a censura, passando pelas atividades como produtor. “Por onde passou, Elvécio foi abrindo caminhos, criando e consolidando projetos”, observa. Magdalena Rodrigues, presidente do Sindicato de Atores e Técnicos em Espetáculos de Diversão (Sated), por sua vez, recorda o mestre que, atuando em várias frentes, estimulava todos a fazer o bom teatro. “Foi um homem inesquecível. Conviver com ele foi um privilégio”, conta. Como outros, ela se lembra do homem de bom humor, de posições firmes, rigoroso e disciplinado, aspectos que revelavam o quanto ele levava a sério a defesa e a difusão do teatro e a carreira artística.
“Tinha capacidade enorme de compreender e dizer um texto teatral. Na boca dele, se tornava algo genial. Ele sabia trabalhar o texto como poucos”, conta o dramaturgo Luiz Paixão. Ele também recorda que o ator esteve junto na luta pela criação de um teatro no prédio da Telemig (posteriormente Teatro Klauss Vianna, na Oi). “E foi o grande responsável pela profissionalização de nossa atividade”, acrescenta, sem esquecer a luta pela criação do órgão da categoria. “E é preciso lembrar que foi um homem amigo, carinhoso e competente. A entrega de Elvécio Guimarães ao teatro é incomensurável”, observa. “Sendo homem de teatro, foi também homem das artes, em suas diversas manifestações, que representou com dignidade todas as facetas do artista. Sempre o respeitamos muito e vamos continuar respeitando”, concluiu.
Elvécio Guimarães atuou em mais de 100 montagens, foi diretor, produtor, professor, escreveu peças, foi também superintendente do Palácio das Artes e secretário de estado da Cultura, além de ter presidido a Associação Profissional dos Artistas e Técnicos de Espetáculos de Diversões, que, mais tarde, se tornaria o sindicato da categoria. Iniciou a carreira artística aos 15 anos, como ator de radioteatro da Rádio Inconfidência. Aos 17, já era reconhecido como galã. Em 1952, transferiu-se para o Rio de Janeiro e passou a integrar o elenco da Rádio Mayrink Veiga. De volta a Belo Horizonte, em 1955, foi contratado pela TV Itacolomi, principal emissora da época, onde exerceu as funções de apresentador, ator, narrador, redator de novelas e protagoniza o primeiro seriado da TV brasileira, Noites mineiras, de Léa Delba.
Em 1982, assumiu a direção do Teatro Francisco Nunes, coordenando a execução do projeto de reforma do arquiteto Saul Vilela. Foi, nos anos 1980, um dos responsáveis pela implantação da Escola de Teatro do Centro de Formação Artística (Cefar) do Palácio das Artes, curso técnico para atores no qual passou a lecionar. Firmou-se, na década de 1990, como um dos atores mais experientes do teatro mineiro, dirigindo espetáculos, atuando em óperas, peças e vídeos, além do cinema. Retornou em 1996 à televisão, como diretor do Departamento de Produção de Programas Educacionais e Institucionais do Sistema Salesiano de Vídeo (SSV). No cinema, atuou nos longas O circo das qualidades humanas (1999), de vários diretores, Amor perfeito, de Geraldo Magalhães; Vinho de rosas, de Elza Cataldo; Vida de menina, de Helena Solberg; e Bárbara, de Carlos Gradim.
“Elvécio Guimarães não foi só bom ator, mas artista com presença importante na vida cultural e, em vários momentos, também política”, afirma Pedro Paulo Cava, recordando desde o empenho na regulamentação da profissão de ator até a luta contra a censura, passando pelas atividades como produtor. “Por onde passou, Elvécio foi abrindo caminhos, criando e consolidando projetos”, observa. Magdalena Rodrigues, presidente do Sindicato de Atores e Técnicos em Espetáculos de Diversão (Sated), por sua vez, recorda o mestre que, atuando em várias frentes, estimulava todos a fazer o bom teatro. “Foi um homem inesquecível. Conviver com ele foi um privilégio”, conta. Como outros, ela se lembra do homem de bom humor, de posições firmes, rigoroso e disciplinado, aspectos que revelavam o quanto ele levava a sério a defesa e a difusão do teatro e a carreira artística.
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Elvécio Guimarães atuou em mais de 100 montagens, foi diretor, produtor, professor, escreveu peças, foi também superintendente do Palácio das Artes e secretário de estado da Cultura, além de ter presidido a Associação Profissional dos Artistas e Técnicos de Espetáculos de Diversões, que, mais tarde, se tornaria o sindicato da categoria. Iniciou a carreira artística aos 15 anos, como ator de radioteatro da Rádio Inconfidência. Aos 17, já era reconhecido como galã. Em 1952, transferiu-se para o Rio de Janeiro e passou a integrar o elenco da Rádio Mayrink Veiga. De volta a Belo Horizonte, em 1955, foi contratado pela TV Itacolomi, principal emissora da época, onde exerceu as funções de apresentador, ator, narrador, redator de novelas e protagoniza o primeiro seriado da TV brasileira, Noites mineiras, de Léa Delba.
Em 1982, assumiu a direção do Teatro Francisco Nunes, coordenando a execução do projeto de reforma do arquiteto Saul Vilela. Foi, nos anos 1980, um dos responsáveis pela implantação da Escola de Teatro do Centro de Formação Artística (Cefar) do Palácio das Artes, curso técnico para atores no qual passou a lecionar. Firmou-se, na década de 1990, como um dos atores mais experientes do teatro mineiro, dirigindo espetáculos, atuando em óperas, peças e vídeos, além do cinema. Retornou em 1996 à televisão, como diretor do Departamento de Produção de Programas Educacionais e Institucionais do Sistema Salesiano de Vídeo (SSV). No cinema, atuou nos longas O circo das qualidades humanas (1999), de vários diretores, Amor perfeito, de Geraldo Magalhães; Vinho de rosas, de Elza Cataldo; Vida de menina, de Helena Solberg; e Bárbara, de Carlos Gradim.