O Dia dos Namorados pode ser uma data favorável não só aos casais. O leque de opções da programação cultural da Grande BH neste fim de semana promete contemplar os solteirões que não desistem do amor e também os pares que querem fugir da tradicional sofisticação do jantar à luz de velas. Dentre as opções, a música pode ser o principal chamativo para suscitar o clima de romantismo ou para embalar os flertes e as dores de cotovelo.
Uma opção, eclética por si só, é o show do rapper Rael, amanhã, no Freud Bar, em Nova Lima. A música do paulistano está entre o hip-hop, o samba e o reggae e se diferencia da maioria dos raps por ser muito melódica e por não ter medo de ser romântica. “Acabo dialogando muito com outros gêneros e isso acaba sendo uma coisa muito convidativa”, diz o músico, que tem amplo alcance vocal e domina o violão como poucos.
Mas não é porque é romântico que não é engajado. Em tempos de discussão sobre a cultura do estupro, Rael usa toda a sua sutileza para elogiar a mulher amada e demonstrar delicadeza no momento da conquista em seu hit mais recente, Envolvidão. Por telefone, enquanto experimentava acordes que farão parte de uma canção do próximo disco da cantora Ludmilla, o rapper falou de seu estilo de composição e da importância de se valorizar a mulher. “É muito importante ter cautela na hora de falar. O moleque que está ouvindo nossas músicas hoje é o adulto de amanhã. É bom já ir colocando essas questões no ouvido dele. Muita gente fala que o rap é machista, mas eu vejo de forma diferente: o mundo é machista. O rap tem discurso masculino, mas era de gente que morria nas periferias. Era uma guerra dos homens, enquanto suas companheiras ficavam em casa cuidando das famílias”, avalia.
Rael conta que, dentro do gênero, havia um certo preconceito com músicas de amor. “Era difícil chegar com esse discurso por causa de violência dentro das periferias. Mas penso que não temos que sofrer o tempo inteiro. Não temos só coisas pelas quais reivindicar. Amor é uma coisa popular. O amor é pop. Antes de tudo, é música, ritmo e poesia”, diz. O compositor diz que foi pela contramão e sentiu necessidade de falar do tema por influência de seus ídolos. “Cresci ouvindo Jorge Ben, Djavan. Eles falam da mesma coisa do início ao fim. A gente sai dessa experiência mais leve, feliz. Precisamos falar disso. Nesse mundo louco, o que nos salva é desconectar”, conta.
O show em BH terá clima intimista e contará com um momento “love songs”, segundo Rael. “A gente tem fisionomia de roqueiro, de doidão, mas a gente também ama. Vou tocar clássicos do Marvin Gaye e My girl, da banda Temptations”, adianta o rapper.
NOSTALGIA Para quem quer se emocionar ao som de velhos sucessos, os galãs Fábio Júnior e Maurício Mattar se apresentam hoje à noite no Mineirinho. O show Vozes do amor contará com uma pequena orquestra e com clássicos da música romântica, não só composições da dupla. Mattar emprestará sua voz às famosas Temporal de amor, da dupla Leandro e Leonardo, e Os seus botões, de Roberto Carlos. “Eu e o Fábio Júnior somos amigos desde os anos 1980, temos músicas juntos, já cantamos juntos, fizemos novelas juntos, ou seja, somos grandes irmãos”, diz Maurício.
O ator e cantor conta que se descobriu na música e diz que tem se dedicado mais à carreira como cantor do que à dramaturgia. “Atuar é muito gostoso, mas não tenho mais tempo por conta dos shows, programas de rádio, viagens e tantos compromissos ligados ao que mais amo fazer, que é a música. Cantar o amor, para mim, é tudo, é a minha verdade”, avalia.
BALADA Para os casais mais agitados e para os solteirões que querem aumentar as possibilidades de encontrar companhia, duas festas temáticas prometem esquentar o fim de semana. Hoje, no Studio Bar, a Alta Fidelidade chega com cinco DJs e o propósito de colocar todo mundo pra dançar ao som dos discos de vinil. Mas esqueça a opção de dançar agarradinho. Um dos comandantes das picapes, Richard Garrel, diz que o objetivo é tocar tudo o que for “quente e agitado”. “É um baile pra cima. No começo da festa, tocamos algumas coisas com Al Green e Marvin Gaye só para aquecer, mas depois investimos no rock, soul, funk, hip-hop e disco. Vai ter muito Jorge Ben e Tim Maia”, antecipa.
O DJ diz que quer ver vários casais se formando durante a festa. “A gente sempre tenta dar um empurrãozinho por meio da música. Ao longo de sete anos, recebemos retorno de vários casais que se conheceram durante a festa”, conta.
Já amanhã, a Orquestra Mineira de Brega leva o Baile do Amor para o Baixo Cultural. No flyer da festa, com as cores da bandeira LGBT, a turma já dá a ideia: uma festa para todos. O tecladista e vocalista Artenius Daniel diz que por meio da festa e da cultura, o grupo também encontra um jeito de reivindicar. “Falar de amor é falar de todos os amores. É muito importante a gente lembrar que o amor é igual pra todos e que os direitos também devem ser. Lutamos pela criminalização da homofobia e pela aprovação de uma lei que defenda casamento igualitário, sem nenhuma restrição”, diz o músico.
Ele conta que o repertório é composto por canções que tratam o romantismo de forma exagerada. Como exemplo, cita os trabalhos de compositores nacionais como José Augusto, Odair José, Reginaldo Rossi e Wando. “Gostamos muito do viés do romantismo sem limites, sem muito pudor, apaixonado, rasgado, esse amor vira-lata, amor bandido, todas as formas de amor que são exageradas.”
O propósito da festa é fazer as pessoas se soltarem, explica o cantor. “Queremos ver as pessoas felizes, muito à vontade. Faremos um espaço para o público cantar suas histórias de amor. Às vezes, vemos as pessoas fazendo declarações que não se sentiam à vontade para fazer em algum lugar”, conclui.
• ALTA FIDELIDADE
Hoje, às 22h. Studio Bar. Rua dos Guajajaras, 842, Centro. Ingressos à venda no site www.sympla.com.br. R$ 15 (2º lote) e R$ 20 (3º lote).
• BAILE DO AMOR
Amanhã, às 23h. Com Orquestra Mineira de Brega. Baixo Cultural. Rua Aarão Reis, 554, Centro. Ingressos à venda no site www.sympla.com.br. R$ 20 (1º lote).
• FÁBIO JÚNIOR E MAURÍCIO MATTAR
Hoje, às 21h. Mineirinho. Avenida Antônio Abrahão Caram, 1.000, Pampulha. Ingressos à venda no site www.unikapromocoes.com. Arquibancada: R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia-entrada). Cadeira: R$ 90. Mesa especial para quatro pessoas: R$ 450. Mesa open bar para quatro pessoas: R$ 880. Informações: (31) 3245-0112.
• RAEL
Amanhã, às 20h. Freud Bar. Rua Nossa Senhora de Copacabana, 5.100, Vale do Sereno, Nova Lima. Ingressos à venda no site www.sympla.com.br. 1º lote: R$ 60 (masculino) e R$ 40 (feminino). 2º lote: R$ 70 (masculino) e R$ 50 (feminino).
Uma opção, eclética por si só, é o show do rapper Rael, amanhã, no Freud Bar, em Nova Lima. A música do paulistano está entre o hip-hop, o samba e o reggae e se diferencia da maioria dos raps por ser muito melódica e por não ter medo de ser romântica. “Acabo dialogando muito com outros gêneros e isso acaba sendo uma coisa muito convidativa”, diz o músico, que tem amplo alcance vocal e domina o violão como poucos.
saiba mais
Rael conta que, dentro do gênero, havia um certo preconceito com músicas de amor. “Era difícil chegar com esse discurso por causa de violência dentro das periferias. Mas penso que não temos que sofrer o tempo inteiro. Não temos só coisas pelas quais reivindicar. Amor é uma coisa popular. O amor é pop. Antes de tudo, é música, ritmo e poesia”, diz. O compositor diz que foi pela contramão e sentiu necessidade de falar do tema por influência de seus ídolos. “Cresci ouvindo Jorge Ben, Djavan. Eles falam da mesma coisa do início ao fim. A gente sai dessa experiência mais leve, feliz. Precisamos falar disso. Nesse mundo louco, o que nos salva é desconectar”, conta.
O show em BH terá clima intimista e contará com um momento “love songs”, segundo Rael. “A gente tem fisionomia de roqueiro, de doidão, mas a gente também ama. Vou tocar clássicos do Marvin Gaye e My girl, da banda Temptations”, adianta o rapper.
NOSTALGIA Para quem quer se emocionar ao som de velhos sucessos, os galãs Fábio Júnior e Maurício Mattar se apresentam hoje à noite no Mineirinho. O show Vozes do amor contará com uma pequena orquestra e com clássicos da música romântica, não só composições da dupla. Mattar emprestará sua voz às famosas Temporal de amor, da dupla Leandro e Leonardo, e Os seus botões, de Roberto Carlos. “Eu e o Fábio Júnior somos amigos desde os anos 1980, temos músicas juntos, já cantamos juntos, fizemos novelas juntos, ou seja, somos grandes irmãos”, diz Maurício.
O ator e cantor conta que se descobriu na música e diz que tem se dedicado mais à carreira como cantor do que à dramaturgia. “Atuar é muito gostoso, mas não tenho mais tempo por conta dos shows, programas de rádio, viagens e tantos compromissos ligados ao que mais amo fazer, que é a música. Cantar o amor, para mim, é tudo, é a minha verdade”, avalia.
BALADA Para os casais mais agitados e para os solteirões que querem aumentar as possibilidades de encontrar companhia, duas festas temáticas prometem esquentar o fim de semana. Hoje, no Studio Bar, a Alta Fidelidade chega com cinco DJs e o propósito de colocar todo mundo pra dançar ao som dos discos de vinil. Mas esqueça a opção de dançar agarradinho. Um dos comandantes das picapes, Richard Garrel, diz que o objetivo é tocar tudo o que for “quente e agitado”. “É um baile pra cima. No começo da festa, tocamos algumas coisas com Al Green e Marvin Gaye só para aquecer, mas depois investimos no rock, soul, funk, hip-hop e disco. Vai ter muito Jorge Ben e Tim Maia”, antecipa.
O DJ diz que quer ver vários casais se formando durante a festa. “A gente sempre tenta dar um empurrãozinho por meio da música. Ao longo de sete anos, recebemos retorno de vários casais que se conheceram durante a festa”, conta.
Já amanhã, a Orquestra Mineira de Brega leva o Baile do Amor para o Baixo Cultural. No flyer da festa, com as cores da bandeira LGBT, a turma já dá a ideia: uma festa para todos. O tecladista e vocalista Artenius Daniel diz que por meio da festa e da cultura, o grupo também encontra um jeito de reivindicar. “Falar de amor é falar de todos os amores. É muito importante a gente lembrar que o amor é igual pra todos e que os direitos também devem ser. Lutamos pela criminalização da homofobia e pela aprovação de uma lei que defenda casamento igualitário, sem nenhuma restrição”, diz o músico.
Ele conta que o repertório é composto por canções que tratam o romantismo de forma exagerada. Como exemplo, cita os trabalhos de compositores nacionais como José Augusto, Odair José, Reginaldo Rossi e Wando. “Gostamos muito do viés do romantismo sem limites, sem muito pudor, apaixonado, rasgado, esse amor vira-lata, amor bandido, todas as formas de amor que são exageradas.”
O propósito da festa é fazer as pessoas se soltarem, explica o cantor. “Queremos ver as pessoas felizes, muito à vontade. Faremos um espaço para o público cantar suas histórias de amor. Às vezes, vemos as pessoas fazendo declarações que não se sentiam à vontade para fazer em algum lugar”, conclui.
• ALTA FIDELIDADE
Hoje, às 22h. Studio Bar. Rua dos Guajajaras, 842, Centro. Ingressos à venda no site www.sympla.com.br. R$ 15 (2º lote) e R$ 20 (3º lote).
• BAILE DO AMOR
Amanhã, às 23h. Com Orquestra Mineira de Brega. Baixo Cultural. Rua Aarão Reis, 554, Centro. Ingressos à venda no site www.sympla.com.br. R$ 20 (1º lote).
• FÁBIO JÚNIOR E MAURÍCIO MATTAR
Hoje, às 21h. Mineirinho. Avenida Antônio Abrahão Caram, 1.000, Pampulha. Ingressos à venda no site www.unikapromocoes.com. Arquibancada: R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia-entrada). Cadeira: R$ 90. Mesa especial para quatro pessoas: R$ 450. Mesa open bar para quatro pessoas: R$ 880. Informações: (31) 3245-0112.
• RAEL
Amanhã, às 20h. Freud Bar. Rua Nossa Senhora de Copacabana, 5.100, Vale do Sereno, Nova Lima. Ingressos à venda no site www.sympla.com.br. 1º lote: R$ 60 (masculino) e R$ 40 (feminino). 2º lote: R$ 70 (masculino) e R$ 50 (feminino).