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Nas mãos de Elis

Lílian Menezes interpreta a Pimentinha no espetáculo 'Elis, a musical'

Peça volta em cartaz com três apresentações em Belo Horizonte

A nova turnê de Elis, a musical, é prova do sucesso da peça que, em sua primeira passagem pelos palcos, conquistou prêmios e lotou salas de teatro.
É também indicativo da riqueza de uma personagem comumente evocada como a maior cantora brasileira. “É uma fonte inesgotável para qualquer tipo de narrativa. Já tivemos outros espetáculos, filmes, documentários, biografia. Mesmo assim nunca conheceremos todas as facetas da Pimentinha”, assegura Lílian Menezes, intérprete da cantora na peça. O espetáculo conta com nove músicos e 19 atores em cena.

Em setembro de 2014, Lílian reviveu a presença de Elis no Beco das Garrafas, em apresentação de um pocket show. O emblemático bar carioca foi, certamente, fundamental para que a atriz compreendesse o universo de sua personagem: a cantora começou sua carreira lá, produzida por Ronaldo Bôscoli, seu primeiro marido, e Luis Carlos Miele.

Não é exagero dizer que a apresentação comoveu. Ao sair de cena, Lílian se viu diante de um Miele de olhos marejados, deixando entrever um misto de emoção e agradecimento.
“De onde você tirou as mãos de Elis?”, quis saber o produtor. “As mãos dela são quase personagens à parte. Quando ela está retraída faz um movimento, quando tem certeza faz outro, se está pensando, faz movimentos mais desenhados…”, observa Lílian que se entende como uma fã da cantora “desde sempre”.

Para incorporar a personagem, a intérprete procurou menos copiar os gestos da cantora e mais entender a razão de cada traço.

“A energia da Elis flui muito pela boca, pelos olhos e pelas mãos. O que fiz foi tentar entender por que suas mãos são tão expressivas: em que momento da vida ela entendeu que elas também podiam falar? Para isso, precisei compreender de onde ela veio, que família teve, com quem se relacionou e como o fez, de onde vem certa ansiedade”, explica a atriz. Só assim poderia interpretar a personagem – e não copiá-la, até por que “ela é inimitável”.

Lílian enumera três canções que são, para ela, as mais marcantes entre as dezenas que interpreta. “Como nossos pais (1976, do disco Falso brilhante, composição de Belchior) e O bêbado equilibrista (1979, do disco Essa mulher, composição de João Bosco e Aldir Blanc) são músicas que continuam marcantes e extremamente atuais”, pontua. Já a música Aos nossos filhos (composição de Ivan Lins e Vitor Martins) nem mesmo fazia parte do repertório de Lílian. “Era uma música que eu não ouvia, mas se tornou uma das minhas preferidas pela intensidade com que ela canta e porque também sou mãe. É uma música muito sincera, de mãe para filhos”, expõe.

O musical, dirigido por Dennis Carvalho, mantém a mesma estrutura da antiga turnê, com pequenas modificações, como redução de cenas para deixar a apresentação mais fluída. Lílian explica que o objetivo maior é prestar uma homenagem à Pimentinha. A montagem do espetáculo e as técnicas para interpretar a personagem têm, desde já, rendido bons resultados. “Quando acaba o espetáculo, as pessoas dizem que viram uma Elis muito viva no palco”, orgulha-se.

ELIS, A MUSICAL
Espetáculo com Lílian Menezes e elenco.
Direção de Dennis Carvalho. Grande Teatro do Sesc Palladium – Rua Rio de Janeiro, 1.046, Centro, (31) 3270-8100. Hoje e amanhã, 21h; domingo, 19h. Plateia 1: R$ 200 e R$ 100 (meia), plateia 2: R$ 170 e R$ 85 (meia), e R$ 50 e R$ 25 (meia). Plateia 3: R$ 50 e R$ 25 (meia). Classificasção: 12 anos.
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