

A trama fala da rotina de quatro prisioneiras no Ravensbrück, o maior campo de concentração feminino da Segunda Guerra Mundial, que funcionou de 1939 a 1945, na Alemanha. Embora as personagens sejam fictícias, o roteiro é baseado em depoimentos das sobreviventes.
saiba mais
Bienal do Livro de Minas, que será realizada em abril, anuncia sua programação
Prêmio entrega troféus aos melhores do teatro em noite que celebrou a democracia
Feminismo, literatura e política são temas de debate com a filósofa Marcia Tiburi
Chico Buarque aceita pedido de perdão de Claudio Botelho após confusão em BH
Primeiras obras de coleção da era nazista chegam a museu na Suíça
O título se inspira na experiência cotidiana das presas, que enchiam a boca de água ao comentar suas experiências. “Que elas cuspam essa água para falar sobre o que é preciso”, diz Carrusca.
Lívia Gaudêncio, coautora da peça, conta que a montagem foi precedida de muita conversa com as atrizes. “Pelo menos uma das personagens deveria trazer a percepção da atualidade para o espetáculo. A mulher que interpreto é a coringa. Ela problematiza as questões por meio do nosso olhar contemporâneo”, explica Lívia, que divide a autoria do texto com Cecília Bilanski.
As autoras foram à Alemanha visitar o memorial do campo de concentração. “Foi muito pesado e extremamente exaustivo ouvir os depoimentos daquelas mulheres”, conta Lívia. As prisioneiras foram vítimas de estupro, além de submetidas à esterilização e à prostituição forçada. “Costumamos olhar para o Holocausto de forma distanciada, mas o que elas viveram ainda acontece hoje”, desabafa.
Lívia Gaudêncio se surpreendeu com as atitudes das prisioneiras para tentar suportar o horror. Inclusive, elas encenavam comédias para enfrentar a violência. “Levamos essa situação para o espetáculo. Adaptamos um pouco e, em vez de fazer comédia, as personagens falam sobre seus sonhos ao sair da prisão”, conclui.
'BOCA CHEIA D’ÁGUA'
Com O Trem Cia. de Teatro. Hoje e amanhã, às 21h; domingo, às 19h. Teatro Bradesco. Rua da Bahia, 2.244, Lourdes. R$ 30 (inteira) e R$15 (meia-entrada). Capacidade: 60 lugares.