O feminismo é apenas um dos motes do bate-papo que a escritora fará hoje à noite na programação de março do Sesc Palladium, que tem como tema neste mês “Arte, mulher e feminismo”. Marcia Tiburi vai debater e articular a literatura com política, filosofia e, claro, feminismo. “A ideia é fazer um elo entre esses assuntos e provar como estão interligados. Quero mostrar como a literatura não precisa se fazer isenta de feminismo e política, do mesmo modo que o feminismo não precisa ficar isento de filosofia e literatura; e assim por diante”, expõe.
No entanto, é o movimento social, filosófico e político que luta pela igualdade de direitos que deve nortear boa parte da fala de Marcia, assim como foi na conversa que ela teve com o Estado de Minas. A filósofa gaúcha ressalta que todas as mulheres livres e emancipadas economicamente devem muito ao feminismo, fato que passa despercebido por muitas.
Marcia, de 45 anos, acrescenta que, para a sua geração, foi complicado ser feminista, porque viviam numa época em que tudo praticamente ia bem e não tinham o que contestar. “Tivemos um surto de otimismo em vários aspectos, sobretudo, o político. Acreditávamos que tudo estava mudando para melhor. Um partido dos trabalhadores e de esquerda – embora ligado a alguns setores da direita – estava no comando”, lembra. Mas de repente a coisa virou. “Em meados de 2013, com as manifestações de junho, tudo mudou. Houve um recrudescimento do autoritarismo e o feminismo se tornou a única forma de pensamento e ação, de teoria e de prática de não violência que pode superar essa situação. E é difícil ser feminista nesse regime de patriarcado. Mas é bacana ver toda essa ebulição por parte das mulheres de várias idades e setores”, exalta.
Literaturas – Questões do nosso tempo
Feminismo, filosofia e política, com Marcia Tiburi.
Vem aí... O homem
do guarda-roupa
Desde 2012, quando publicou Esse era meu rosto (Record), que trata da memória, herança e raízes afetivas, Marcia Tiburi não escrevia romance. No segundo semestre, ela retorna à ficção com O homem do guarda-roupa, que será lançado no Brasil e em outros países simultaneamente. A obra vai centrar na política e na questão do gênero. “Geralmente, levo um bom tempo para finalizar meus livros, mas asseguro que ele sai ainda este ano”, brinca.
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