Após os comentários de Cláudio Botelho sobre Lula e a presidente Dilma durante apresentação do musical sobre sua obra em Belo Horizonte, Chico Buarque decidiu que não dará mais autorização para que o ator e diretor use suas canções neste ou em qualquer outro espetáculo.
Apesar de não ter se manifestado oficialmente, a informação sobre a reação do cantor e compositor carioca foi repassada via sua assessoria de imprensa que ainda acrescentou: "Chico não deve dar nenhuma declaração, mas pode registrar que ele reagiu primeiro com espanto e depois com grande desagrado ao saber da postura do ator", declarou ao Estado de Minas, o assessor do artista, o jornalista Mario Canivello.
Na internet, vários fãs do autor de A banda, Vai passar e Cálice se mostraram indignados com Cláudio Botelho, que durante a apresentação do espetáculo Todos os Musicais de Chico Buarque em 90 Minutos fez um improviso em cena, sugerindo a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e chamando a presidente Dilma Rousseff de 'ladra'. A hashtag #vetachico# tomou conta das redes sociais.
Em cartaz desde 2014, o musical é composto por trechos e histórias das obra de Chico no cinema e no teatro, sobretudo da década de 1970, dentre eles Roda viva (1967), Ópera do malandro (1978), Calabar (1973), Quando o Carnaval chegar (1972) e Para viver um grande amor (1983). Roda viva acabou se tornando um símbolo da resistência contra a ditadura, quando em 1968 um grupo do Comando de Caça aos Comunistas (CCC) invadiu o Teatro Ruth Escobar, em São Paulo, e espancou os artistas.
POLÊMICA
Em dezembro do ano passado, Chico Buarque foi alvo de uma discussão nas ruas do Rio de Janeiro. O músico, que saía de um jantar com Cacá Diegues, foi cercado por um grupo de jovens, que incluía o rapper Tulio Dek, e ouviu: "Petista, vá morar em Paris. O PT é bandido".
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