Rotina de uma manhã de sábado no zoológico de Belo Horizonte transcorria normalmente.
Enquanto os filhotes brincavam, o macho descansava de pernas para o alto e a fêmea, sentada, vigiava as crias. Crianças e adultos deliraram. Passaram a registrar tudo com os celulares. Pode parecer banal, mas observar a convivência de animais, assombrosamente parecida com a dos humanos, tem impacto indescritível. Quem nunca viu não sabe o que está perdendo.
“É emocionante”, afirmou Renata de Souza, depois de assistir ao show da família de gorilas. Ela até temia, mais uma vez, não ver os bichos, que têm fama de arredios.
Vemos que os bichos são criaturas vivas, têm sentimento”, observou. Para Renata, a festa do público diante dos gorilas mostra que vem mudando a relação dos humanos com os animais. “Hoje, há mais carinho. Tenho amiga que carrega ração na bolsa e alimenta os bichos de rua. Essa atitude deixa a esperança de um futuro com mais paz”, conta.
A professora Adriana Machado Damato Lopes tirou o sábado para ir ao zoológico com o filho Miguel, de 2 anos. Ela conhece bem o local, porque leva seus alunos lá. “É um ótimo passeio, construtivo e divertido”, observa.
De um lado, está a oportunidade de proporcionar às crianças o contato com a natureza e a descoberta da diversidade do mundo animal. De outro, fazer piqueniques, o que ela adora, pelo prazer de brincar na grama. “É importante a experiência de convivência e de compartilhamento, inclusive de alimentos. A rotina corrida e as obrigações do dia a dia deixam pouco tempo para brincar e, com calma, fazer refeições com os filhos”, observa.
Por isso, Adriana Machado considera obrigatório levar as crianças ao zoológico. “Vale a pena”, enfatiza, observando que o local oferece muitas opções.
O zoológico é grande, não dá para ver tudo andando. A criança acaba se cansando e não se diverte”, argumenta.
Pela quarta vez, Regina e Gilmar Fonseca saíram de Sete Lagoas, a cerca de 70 quilômetros de BH, para passear no zoológico com os filhos João e Lucas.
O motivo de encanto não tem mistério: “São animais que a gente não vê no cotidiano”, lembra Regina. “E é um local família, sossegado e divertido”, acrescenta Gilmar.
CONHECIMENTO
A observação da vida animal, afirma o biólogo Raphael Lima, traz o conhecimento de hábitos, comportamentos, contextos e diversidade, além da consciência sobre a importância dos bichos para o bioma, a necessidade de proteger as espécies.
Ele recomenda que a prática não se restrinja ao zoológico, estendendo-se à observação dos bichos na rua, em casa e nos parques. “Em cada grupo de animais vamos reconhecer alguma semelhança conosco. Mais ainda nos primatas, inclusive os pequenos, porque somos primatas”, observa, chamando a atenção para a riqueza das expressões faciais deles.
Raphael Lima dá uma dica para curtir a vida animal, em qualquer lugar: observação discreta e silenciosa, para não interferir no comportamento do bicho. “Não viu o animal? É porque ele não quis ser visto, pois não tem a obrigação de ficar se exibindo”, observa. O biólogo recomenda usar roupas de tom neutro ou que não se destaquem.
VISITA NOTURNA
O Jardim Zoológico da Fundação Zoobotânica de BH tem aproximadamente 3 mil animais de 250 espécies – aves, répteis, mamíferos, anfíbios e peixes. Os favoritos do público são os animais de grande porte: tigre, rinoceronte, gorila, hipopótamo e leão.
Nas noites de lua cheia, é realizado o projeto Expedição Coruja, oportunidade de conhecer um pouco mais dos hábitos noturnos de onças, lobos, tamanduás-bandeira e répteis, além da mascote, o corujão-orelhudo. A expedição dura cerca de três horas. O valor do ingresso é R$ 30, para crianças de 7 a 12 anos, e R$ 40 (acima de 12).
Outra atração é o aquário da Bacia do Rio do São Francisco. Dividido em dois pavimentos, ocupa aproximadamente três mil metros quadrados. Os peixes estão divididos em 22 recintos (tanques). Podem-se observar surubins, dourados, curimatãs, matrinxãs, piaus, pacamãs, cascudos, lambaris, mandis, piranhas, pacus, curimbas, piabas e pirambebas.
JARDIM ZOOLÓGICO E AQUÁRIO DA BACIA DO RIO SÃO FRANCISCO
De terça-feira a domingo, das 8h30 às 16h. R$ 4 (de terça a sexta-feira), R$ 5 (sábado) e R$ 8 (domingo). Aquário: R$ 6 (de terça a domingo e feriados). Meia-entrada para crianças de 5 a 12 anos; idosos acima de 60 anos; e portadores de deficiência, inclusive acompanhante
Endereços e linhas de ônibus
Portaria 1 – Pampulha: Av. Otacílio Negrão de Lima, 8.000. Linhas: 3302 (A,B,D), S5 1 (A,B), todos os dias. Linhas 30, 64, 535, 607, 639 e 8550, apenas domingos e feriados
Portaria 2 – Serrano: Av. Antônio Francisco Lisboa, 2.600. Linhas: 4403 A, 2810, 2820 e S51
Portaria Aquário – Av. Antônio Francisco Lisboa, 450. Apenas
aos domingos
Passeios motorizados
Motocicleta – R$ 5 (de terça a sábado)
e R$ 10 (domingo e feriado)
Automóvel – R$ 10 (de terça a sábado)
e R$ 20 (domingo e feriado)
Veículos médios (micro-ônibus, van
e kombi) – R$ 30 (de terça a sábado)
e R$ 40 (domingo)Além do ingresso, no caso dos passeios motorizados é cobrada taxa de R$ 4 a R$ 8 por passageiro (o valor dá direito a estacionamento)