Ao som do grupo Ó do Forró, o público poderá conferir oito telas em spray que homenageiam o rei do baião. Grafiteiros de Belo Horizonte com ao menos 10 anos de carreira cada, se uniram para propagar a arte dos muros por outros espaços. “O berço do grafite é o hip-hop, mas ele pode estar em outros lugares”, reflete Carolina Jaued, a Krol, uma das participantes do projeto.
Krol conta que em BH são raros os eventos e propostas de trabalho remunerados para os grafiteiros. Ela, Nica, Anjo, Fhero, Figo, Gibak, Atos e Corina desenvolvem em paralelo outras atividades – da publicidade ao design gráfico – e resolveram unir forças para realizar trabalho artístico que tivesse potencial comercial independente. Assim, além de vender as telas, cada uma delas virou estampa de camisetas que serão vendidas (R$ 35 a R$ 45) durante a exposição.
“O grafite tem muito a questão do trabalho coletivo, do aprendizado com o outro, do pintar junto e até, na questão da rua, de não atropelar a arte de ninguém. Quisemos manter essa ideia”, resume Krol.
Há oito anos, Krol é dona da Red Nails, grife de street wear que já lançou seis coleções no mercado. “Sugeri essa ideia por ter experiência com modelagem e com o negócio”, explica. Fhero também é dono da marca de camisetas SIN.
A artista também acredita que, por meio do projeto, o trabalho do grafiteiro passa a ser valorizado por outros públicos além dos fiéis do hip-hop. O forró será o primeiro ritmo contemplado. Depois, o coletivo pretende fazer exposição inspirada no samba e no rock.
Além do Xote das meninas, Hora do adeus, Maria cangaceira e Sanfona sentida (Dominguinhos/Anastácia) ganharam homenagem na exposição. Do Garota Carioca, a exibição será levada ao Bhar Savassi na quarta-feira e permanecerá circulando por casas noturnas durante três meses.
Arte e música – Na voz do rei
Amanhã, a partir das 21h, no Garota Carioca, MG 030, 20, Nova Lima, 31-3517-9060). Show com a banda Ó do forró.
Ingressos a R$ 25 (feminino) e R$ 30 (masculino). Informações no facebook: https://goo.gl/GNEgqz .