Foram nada menos que 50 anos dedicados à dramaturgia.
O jovem lembra que a avó havia ficado muito feliz com a gravação de Pé na cova, quando interpretou a personagem Marlizinha: “Ela chegou a comentar que gostaria de ter participado de mais episódios”.
O convite para integrar o elenco da atração veio do próprio diretor, Miguel Falabella, a quem ela se referia como “um irmãozinho por quem tenho grande carinho”. Os dois se conheceram nos anos 1990, durante a temporada dele na capital mineira com Algemas do ódio, no Palácio das Artes.
PLURALIDADE O espetáculo que lançou Regina como atriz foi Oh! Oh! Oh! Minas Gerais, de Jota Dangelo e Jonas Bloch, em 1968. Na época, o grupo Teatro Experimental, do qual Dangelo é um dos fundadores, se afirmava com produções de cunho político e chegou a ter peças proibidas pela censura. A atriz participou de outras montagens do tipo, também dirigidas por Dangelo, a exemplo de Numância, realizada na mesma época. Ela contracenou com vários atores de peso, como José Mayer e Antonio Grassi.
A atriz atuou principalmente em Belo Horizonte e no Rio de Janeiro e, entre outras montagens que tem no currículo, estão Oh Carol e Mumu, a vaca metafísica – foi nesta última que contracenou com Grassi e com a atriz Wilma Henriques, dama do teatro mineiro. A maior turnê que fez foi com o espetáculo A dama do camarote, nos anos 1970, dirigido por Amir Haddad. Questão de talento e de oportunidade, já que ela foi chamada para substituir uma das atrizes originalmente escaladas para o elenco.
“Regina era uma excelente comediante. Sabia muito bem fazer humor, como mostrou em A dama do camarote. E, mesmo no drama, ela sobressaía. Sempre uma grande atriz”, afirma Geraldo Garrido, amigo da atriz. A filha de Regina Reis informou que o enterro do corpo da atriz está previsto para as 13h desta segunda-feira, no Cemitério da Colina.