Completados os 70 anos da morte de Adolf Hitler, a obra Minha luta do líder nazista entrou em domínio público e já é alvo de debates acalorados na sociedade. Nessa quarta-feira, 3, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro proibiu a comercialização, exposição e divulgação do livro. Em resposta, a União Brasileira de Escritores divulgou nota oficial afirmando que contestará na Justiça a proibição. “Vamos entrar com um processo como amicus curiae para reverter isso”, diz Durval de Noronha Goyos Jr., presidente da UBE.
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Goyos ressalva que a UBE repudia as ideias presentes no livro, mas defende a liberdade de acesso a todas essas informações. “A publicação pode tanto evitar a repetição dos dramáticos acontecimentos, como assegurar o registro histórico”, explica.
Para o presidente, é um “grande exagero” o argumento de que a comercialização da obra poderia dar força ao movimento neonazista no país. “Não se pode aceitar a tutela do estado na consciência do leitor”, defende.
Ele destaca que a UBE é contra a tentativa de censura. “Nós temos a honra de ter combatido o nazismo. Mandamos homens. Temos isso na consciência nacional. O povo que exigiu nas ruas”, diz.
Segundo Goyos, em breve a entidade deve buscar apoio de outros órgãos, como a Ordem dos Advogados do Brasil. Ele diz que o movimento contra a comercialização do livro está buscando alcance nacional. “Isso é uma aberração”, resume.