Brasil sugere Lygia Fagundes Telles para indicação ao Nobel de Literatura

Autora de 92 anos é apontada como ''maior escritora brasileira viva'' pela União Brasileira de Escritores

por Bossuet Alvim 03/02/2016 16:06

Autora premiada com o Camões em 2005, Lygia Fagundes Telles é candidata pela União Brasileira de Escritores (UBE) a uma indicação ao Nobel de Literatura deste ano. A nomeação da paulistana de 92 anos foi encaminhada nesta quarta-feira, 3, à Academia Sueca, entidade que concede o prêmio desde sua fundação, há 115 anos.

Para Durval de Noronha Goyos, presidente da UBE, Lygia é "a maior escritora brasileira viva e a qualidade de sua produção literária é inquestionável”. Vencedora de três prêmios Jabuti e membro da Academia Brasileira de Letras desde 1985, Telles estreou como contista 1938, aos 15 anos, com Porão e sobrado, seguido por outra obra do mesmo gênero, Praia viva, em 1944. O primeiro romance, Ciranda de pedra (1954), é apontado ainda hoje como sua obra-prima.

Companhia das Letras/Divulgação
Aos 74 anos de carreira, Lygia pode tornar-se primeira brasileira e 13ª mulher vencedora do Nobel (foto: Companhia das Letras/Divulgação)
Publicou mais de 30 títulos ao longo de sete décadas, sendo mais recente a coleção de contos O segredo — e outras histórias de descoberta (Companhia das letras, 2012). Foi presidente e segue como membro do conselho da Cinemateca Brasileira, instituição governamental de preservação do patrimônio cultural.

 

No fim do ano passado, Lygia venceu o Prêmio Fundação Conrado Wessel 2015 na categoria Cultura e ganhou R$ 300 mil. A cerimônia de entrega deve ocorrer ainda neste semestre. Em novembro, ela foi homenageada durante o Encontro Mundial de Invenção Literária, em sessão da Academia Paulista de Letras e causou comoção ao dizer que sua luta foi "heroica e desesperada". Lygia Fagundes Telles fez história ao se tornar uma das primeiras mulheres a estudar Direito no Largo São Francisco.

 

Vencedora

No ano passado, também por indicação da UBE, o historiador e cientista político Moniz Bandeira foi o representante do Brasil junto à Academia do Prêmio Nobel. A jornalista bielorrussa Svetlana Alexijevich conquistou a honraria, tornando-se a 12ª mulher laureada na história da premiação.

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