Itália cobre nudez de estátuas para receber presidente do Irã

Decisão de esconder obras do olhar de Hassan Rohani levantou críticas no meio artístico

por AFP 26/01/2016 19:44

A Vênus Capitolina, estátua de uma mulher nua datada do século II antes de Cristo, figura entre as obras de arte que foram cobertas nesta segunda-feira, 25, em Roma, por ocasião da visita do presidente do Irã, Hassan Rohani. A decisão gerou fortes polêmicas. A pedido das autoridades iranianas, algumas obras célebres de mulheres nuas que decoram o Capitólio, sede histórica da prefeitura, foram cobertas com painéis brancos.

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Vênus Capitolina tenta esconder sua nudez desde o século II a.C; por Rohani, Itália capitulou (foto: AFP PHOTO/Karen BLEIER )
A decisão foi tomada por respeito ao visitante, líder político e clérigo xiita, segundo fontes oficiais. "A delegação iraniana também pediu que a coletiva de imprensa conjunta com o primeiro-ministro italiano Mateo Renzi não fosse realizada diante da enorme estátua equestre em bronze de Marco Aurélio, como havia sido programado.

 

Segundo o jornal Il Messaggero, assim se evitaria que os líderes políticos ficassem diante dos atributos do cavalo do imperador e filósofo romano.

"Não se pode esconder a própria cultura, a própria religião ou a própria história. Foi uma decisão equivocada", criticou o arqueólogo Giuliano Volpe, presidente do Conselho Superior para os Bens Culturais do ministério italiano da Cultura.

Na quarta, por ocasião de sua visita à França, não foram programadas refeições com as autoridades porque Paris não aceitou o pedido iraniano de retirar o vinho da mesa.
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Estátua de Marco Aurélio incomodou autoridades iranianas pelos ''atributos'' do cavalo (foto: REUTERS/Chris Helgren)

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