Proposta do autor é "emanar luz" por meio de desenhos e sentenças de sua autoria - Foto: Felipe Guga/Divulgação
A internet é um terreno fértil para todo tipo de proposta artística. Ilimitada, a plataforma faz surgir, diariamente, novas categorias de artistas híbridos. Cresce, por exemplo, a quantidade de escritores, jornalistas e ilustradores que se utilizam de páginas como o Facebook, o Tumblr e o Instagram para publicar frases curtas casadas a desenhos de cunho poético e reflexivo, que, por vezes, esbarram em mensagens conhecidas como textos de autoajuda, fenômenos editoriais, mas rechaçados pela crítica literária. Com 170 mil seguidores no Instagram, o carioca Felipe Guga aparece como exemplo mais recente da tendência.
Na última semana, chegou às prateleiras o primeiro livro do ilustrador, Sorria, você está sendo iluminado. A obra é uma compilação de vários posts que ele tem publicado na rede desde janeiro, quando decidiu "emanar luz" por meio de desenhos e sentenças de sua autoria, bem como trechos de fontes diversas, que vão da Bíblia a mensagens de Mahatma Gandhi.
Um coração partido o motivou a começar o projeto. "Estava passando por um momento conturbado. As coisas não estavam dando certo para mim. Havia terminado um relacionamento há pouco tempo.
Queria me autoajudar e passei a fazer uma espécie de diário, mas também tinha a intenção de iluminar a vida das pessoas", conta. Felipe tinha 2 mil seguidores. Hoje, com quase 100 vezes mais fãs, vê os desenhos saírem da web e ganharem projeção em uma plataforma mais tradicional, o livro impresso.
Nas livrarias, a obra é classificada como de autoajuda, rótulo rechaçado por alguns autores, que os consideram de menor valor literário. "Não me incomoda ser chamado de um livro de autoajuda, mas não gosto dessa necessidade de classificação. É só mais um rótulo para colocar na estante de uma livraria. É motivacional, tem autoconhecimento. Autoajuda é uma estética, mas Sorria, você está sendo iluminado é algo multidimensional, não se limita a isso", defende Guga.
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