Rio de Janeiro - Num dia típico de verão carioca embora seja primavera, com muito sol e céu azul, uma das maiores estrelas dos palcos e das telas, se apagou. Durante toda a tarde deste sábado, familiares, amigos, colegas de trabalho e fãs estiveram no velório da atriz Marília Pêra, realizado na sala que leva o seu nome no Teatro do Leblon, na Zona Sul carioca.

Como é tradição quando atores morrem, o caixão ficou exposto no palco. Um quadro com uma foto de Marília jovem foi colocado no espaço que estava repleto de coroas de flores que estampavam frases carinhosas. A pedagoga Elizabeth dos Santos, de Belo Horizonte, que está no Rio a passeio, disse que não poderia perder a oportunidade de se despedir de uma figura da grandeza de Marília Pêra, que na sua opinião, era uma artista completa.

Elizabeth ficou na longa fila que se formou no teatro já que as pessoas entravam em grupos de dez para poder velar a atriz. A mineira radicada na Cidade Maravilhosa, Maria dos Santos, destacou um dos papéis mais marcantes de Marília, a feirante Genu, na novela Lua cheia de amor (1991).

Numa referência ao seu último papel, Darlene, a maquiadora da funerária do seriado Pé na cova, atualmente no ar na TV Globo, a fã comentou que a atriz estava muito bonita no caixão. “A maquiagem ressaltou sua beleza e seus traços delicados”, afirmou. O ator e diretor Miguel Falabella estava bastante emocionado no velório da amiga e colega Marília Pêra - Foto: MARCOS ARCOVERDE/ESTADAO CONTEÚDO

Colegas de trabalho

Dezenas de artistas também estiveram no Teatro do Leblon para darem o último adeus à colega como Cláudia Jimenez, Marieta Severo, Rosamaria Murtinho, Herson Capri, Arlete Salles, Murilo Rosa, Cláudia Ohana e todo o elenco de Pé na cova como Luma Costa e a cantora Martnália.

Todos estavam bastante emocionados. A drag queen Isabelita dos Patins, que considerava Marília um anjo da guarda por tê-la ajudado financeiramente, estava usando um vestido com fotos da artista carioca.

A atriz Lília Cabral, que chorou copiosamente, declarou que Marília Pêra foi um exemplo para toda a classe artística. Andréa Beltrão recordou um encontro recente que teve com a diva e que ela estava bem alegre e nem parecia estar doente.

Já Stênio Garcia salientou o lado versátil da atriz que além de interpretar, cantava e dançava. “Ela era única. Vai fazer falta”, frisou. Um dos mais emocionados era o amigo, o diretor e ator Miguel Falabella que mal conseguia falar. “Era maravilhosa em tudo. Vamos ter um canal de comunicação eterno”, comentou.