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Toda beleza se reconhece nela

Além de encher os olhos, a Pampulha oferece atrações e serviços inusitado aos visitantes

Imediações do Conjunto projetado por Oscar Niemeyer tem sala de meditação e hotel de bicicleta

Walter Sebastião
Igreja São Francisco de Assis é o cartão-postal por excelência da Pampulha - Foto: JUAREZ RODRIGUES/EM/D.A.PRESS
Nem adianta usar metáforas para falar da orla da Pampulha – como chamá-la de praia ou ficar fazendo comparações. Outro lugar no mundo como a Pampulha não há. A começar pelo fato de ser um tipo de beleza construída pelo gênio de Oscar Niemeyer (1907-2012). Leva a assinatura do arquiteto o conjunto de prédios construídos simultaneamente entre 1942 e 1943 que se tornaram cartões-postais de Belo Horizonte, como a Igreja São Francisco de Assis. Curtir os jardins de Burle Marx, com seus ares de modernismo tropical, é outra delícia que o lugar oferece.


O charme desse patrimônio está refletido na lagoa cheia de curvas, com aproximadamente 19 quilômetros, concebida pelo arquiteto como um monumental espelho d’água. De cada ponto da orla, tem-se dela vista espetacular. Mesmo passado mais de meio século de sua construção, as edificações e paisagens da Pampulha continuam provocando impacto em quem visita o local. Se há lugares já consagrados como cartões-postais, a área também inclui lugares que merecem mais atenção, como uma sala para meditação e o Memorial da Imigração Japonesa, bem no centro do Parque Ecológico.

Embora com tantos atrativos, circular pela orla da lagoa não é simples.

Uma boa opção são as bicicletas. Mas vale a pena orçar aluguel de vans, já que não existe uma linha regular de ônibus que cruze toda a região. Liliane Paola Parreiras de Souza alugou, no fim de semana passado, um triciclo para passear pela orla com a filha Manuela e as sobrinhas Marcella e Maria Fernanda. “Aqui a paisagem é bonita e há muitas opções de diversão – bicicleta, zoológico, parque ecológico... Então, todos adoram”, diz, contando que a turma ainda concilia as atividades com paradinhas para tomar água de coco e sorvete. “Gosto de Belo Horizonte e acho a Pampulha especial. É um resumo da cidade.”

Leandro Vieira de Almeida e sua mulher, Débora, sempre vão ao parque Guanabara com a filha Ana Beatriz. Ele nem gosta de brinquedos que rodam, mas acompanha a filha. “Lembra minha infância”, afirma, contando que seus pais o levavam ao mesmo parque. Para Almeida, a Pampulha representa uma área com história e muitas opções de diversão. De um lado, observa ele, há o conjunto Niemeyer; de outro, local para caminhadas, bares agradáveis e a vantagem de estar próximo ao Mineirão, onde ele vê os jogos “do Galo”, frisa.  Algo que falta são banheiros públicos na orla, observa o visitante.

Confira opções de passeio para explorar a orla e seu entorno

NIEMEYER
O ícone do conjunto arquitetônico criado por Oscar Niemeyer na Pampulha é a Igreja São Francisco de Assis, cuja graça reina absoluta na beirada da orla. Mas também é imperdível a visita à Casa Kubitschek, residência com telhados em forma de asas de borboleta, projetada pelo arquiteto para o político, seu parceiro de aventuras criativas. A casa é aberta à visitação dos jardins até o quintal, com mobiliário e música ambiente dos 1940 e 1950 em alguns cômodos, e abriga exposição sobre a Pampulha.
A Casa do Baile e o cassino, hoje Museu de Arte da Pampulha, têm programação de música e artes visuais.
>> Casa Kubitschek – Exposições Pampulha – território da modernidade e Uma invenção modernista do morar. Fotos, documentos, vídeos, mobiliário etc. Avenida Otacílio Negrão de Lima, 4.188, Pampulha, (31) 3277-1586. De terça a domingo, das 8h às 17h. Entrada gratuita. O Iate Tênis Clube é parte do conjunto, mas o acesso a ele é restrito.


JARDIM

O Jardim Zoológico e Botânico da Fundação Zoobotânica recebe mais de 1 milhão de visitantes por ano. Uma das principais atrações são o famoso grupo de gorilas (Leon, Lou Lou, Imbi e os filhotes Sawidi e Jahari). O local tem ainda aquário temático da Bacia do Rio São Francisco e jardim japonês. Também sob a administração da Fundação, está o Parque Ecológico da Pampulha, grande área verde com ciclovias e onde se pode fazer piquenique. Merece ser visitado o Memorial da Imigração Japonesa, uma grande sala de meditação vermelha, vazia, com almofadas no chão, de grande impacto sensorial.
>> Jardim Zoológico e Botânico – Avenida Otacílio Negrão de Lima, 8.000, Pampulha, (31) 3277-7286.
De terça a domingo, das 8h30 às 16h30. Ingressos: R$ 4 (terça a sexta); R$ 5 (sábados); R$ 8 (domingos).


PARQUE
O parque de diversões Guanabara foi criado em 1951 por Paulo Pereira Dias e perambulou por vários bairros até se fixar na orla da Pampulha, em 1970. Oferece ao público mais de 20 brinquedos (entre eles, botes, surfe, barco pirata, palácio do riso, carrossel e trem fantasma). Mas o que faz mesmo sucesso é um brinquedo tradicional: a roda-gigante. O carrossel já foi cenário de filme. “A Pampulha é vista como lugar elitizado,  mas sempre foi o ponto turístico mais democrático de Belo Horizonte, frequentado por todas as calasses sociais”, diz Reynaldo Pereira Dias, filho do fundador do parque.
>> Centro de Diversões Guanabara – Avenida Otacílio Negrão de Lima, 3.333, Pampulha, (31) 3439-7300. Quinta e sexta, das 13h às 22h; sábado, das 11h30 às 22h; domingos e feriados, das 10h30 às 21h. Entrada: R$ 2. Ingressos para os brinquedos entre R$ 3,90 e R$ 4,50, exceto a roda-gigante (R$7) e a torre (R$9).

>> Parque Ecológico da Pampulha – Avenida Otacílio Negrão de Lima, 7.111, Pampulha, (31) 3277-7439. De terça a domingo, das 8h30 às 19h. O Memorial da Imigração Japonesa fica aberto das 9h30 às 11h30 e das 14h às 17h. Entrada gratuita.


A comerciante Liliane Paola Parreiras de Souza passeia pela orla com a filha Manoela e as sobrinhas Maria Fernanda e Marcela num triciclo alugado - Foto: JUAREZ RODRIGUES/EM/D.A.PRESSBICICLETA
A Bikemania aluga bicicleta comum (com ou sem cadeirinha para uma criança) a R$ 10/hora. Modelos com marcha saem a R$ 20/hora. Há opção de triciclos, por R$ 30/ hora. Já o trenzinho pode ser usado por nove pessoas ao preço de R$ 15 por cabeça. O local tem ainda um hotel de bicicletas, onde a bike pode ser guardada a R$ 50/mês.
>> Bikemania – Avenida Otacílio Negrão de Lima, 14.370, Pampulha, (31) 3443-1438. De terça a sexta, das 16h às 21h; sábados, domingos e feriados, das 8h às 20h.

FEIRA
Outra atração muito popular e movimentada é a Feira de Artesanato, que funciona no estacionamento do Mineirinho. São cerca de 400 expositores e uma profusão de artigos de decoração, vestuário e adereços. O local tem praça de alimentação com música ao vivo, onde se pode encontrar feijão-tropeiro, além de queijo da roça, cachaça e exposições
de artes visuais.
>> Feira de Artesanato – Avenida Antônio Abrahão Caram, 1.000. Às quintas e aos domingos, das 8h às 17h.

RESTAURANTES
Pontos de alimentação na orla da Pampulha existem, mas são raros. Entre as opções, Picanha na Chapa, Espeto no Toco, Traíra sem Espinho, Imperial, Pados, Mala&Cuia e Juscelino (este com fotos do presidente na parede, além de uma pequena sala com móveis evocando os anos 1950). Não faltam, em áreas próximas, restaurantes famosos em Belo Horizonte, como o Xapuri, La Palma, Paladino, Rancho Verde, Vila Real ou o Anella Ristorante, tradicional casa de massas.
Informações – Centro de Atendimento
ao Turista Álvaro Hardy (CAT Pampulha). Avenida Otacílio Negrão de Lima, 855, Pampulha, (31) 3277-9987. De terça a domingo, das 8h às 17h.

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