O desgaste que causou desempregos e instabilidade impulsionou a procura por publicações de autoajuda, especialmente os que orientam a como agir diante de um mercado de trabalho ainda mais inacessível. Títulos voltados para o entretenimento rápido e mais interativos — livros para colorir, recortar, anotar — também estão em alta e garantem as cifras nos caixas das livrarias.
De acordo com Ismael Borges, coordenador do setor editorial da Nielsen — empresa responsável por pesquisas de consumo —, o mercado de livros responde de uma maneira diferente às crises, quando comparado a outras indústrias tradicionais, como a automobilística. “Na crise, o livro se torna uma alternativa de entretenimento e lazer economicamente alcançável e altamente viável. Ao mesmo tempo, ele é instrumento de desenvolvimento pessoal”, acredita.
Para ele, é possível colocar na avaliação dois aspectos do desenvolvimento pessoal. “Um tem teor acadêmico e profissional; e a outro é voltada mais para autoajuda mesmo.
Mercado internacional
Os autores brasileiros continuam participando em peso das principais feiras internacionais, que impulsionam a economia do livro. Ismael Borges destaca que o mercado brasileiro é berço de oportunidades. “Sabe-se muito bem que a infiltração do livro no Brasil ainda é muito pequena, quando comparado aos países desenvolvidos. E por isso mesmo é um berço de oportunidades porque tem muito espaço para crescer. Para mim, esse é principal elemento relevante quando a gente para fazer essa comparação. Existe muito potencial de crescimento, mais que outros locais do mundo.”
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