Em 2009, o potiguar radicado em São Paulo, Estevão Azevedo, então com 31 anos, foi finalista do Prêmio São Paulo de Literatura, o principal do país, na categoria autor estreante com Nunca o nome do menino (Terceiro Nome). Mas não ganhou. Em 2015, ele voltou à lista final, e como já não era mais estreante, concorreu com figurões como Chico Buarque (O irmão alemão) e Cristovão Tezza (O professor), e com autores já premiados este ano, como João Anzanello Carrascoza, segundo lugar no Jabuti com Caderno de um ausente. E ganhou. Seu Tempo de espalhar pedras (Cosac Naify) foi considerado pelo júri como o melhor romance publicado no País em 2014 e rendeu a Azevedo, que, além de escritor – tem ainda outros dois volumes de contos -, é editor da Globo Livros, o prêmio de R$ 200 mil.
Na categoria autor estreante com mais de 40 anos, o livro premiado foi Nossa Teresa – Vida e morte de uma santa suicida (Patuá). Escrito pela poeta pernambucana Micheliny Verunschk, de 43 anos, ele acompanha a história de Teresa, uma pré-adolescente prestes a se tornar santa que decide se matar, e diversas outras histórias de suicídios, cometidos sob os domínios da Igreja ou não, tratados com lirismo, ritmo e delicadeza. Micheliny desbancou Eliana Cardoso (Bonecas russas), Elisa Lucinda (Fernando Pessoa, o cavaleiro de nada), Heliete Vaitsman (O cisne e o aviador), Míriam Leitão (Tempos extremos), Rodrigo Garcia Lopes (O Trovador) e Vanessa Maranha (Contagem regressiva).
Tempo de espalhar pedras é situado numa comunidade de mineração num momento em que os diamantes começam a rarear. É uma história de amor, família, disputa, abuso, violência, vingança, corrupção moral e desumanização. Uma obra diferente das demais finalistas, e diferente, de forma geral, do que vem sendo produzido por autores brasileiros contemporâneos – quase sempre romances urbanos.
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