Foi no Orçamento Participativo de 2007 que os moradores do Alípio de Melo aprovaram a construção de um teatro no espaço antigamente ocupado por um circo. O processo licitatório começou em abril de 2010. O tempo passou e, até agora, apenas o mato dá sinais de vida entre os blocos de concreto em torno da construção.
Problemas O projeto do teatro é assinado pelo arquiteto e cenógrafo Raul Belém Machado, que morreu em 2012. A construção durou de setembro de 2010 até março de 2014, quando foi entregue à FMC. “Não deixei inaugurar. Quando vi as obras terminadas, faltavam coisas muito específicas da arte.
Como a compra de cada material tem que ser feita via licitação, a novela continuou. “Tivemos três pregões desertos (sem interessados). Fizemos três licitações. A comunidade sabe disso”, diz Oliveira. A obra, inicialmente orçada em R$ 1,6 milhão, teve um custo extra de R$ 846 mil para finalização da estrutura cênica. E, com isso, lá se vão mais de cinco anos desde que os primeiros tijolos começaram a ser colocados de pé no terreno da Rua Jauá, 80, e nada de o teatro ficar pronto.
“(A inauguração) não pode passar de fevereiro, março (de 2016). Esse teatro tem que estar aberto para o FIT-BH (Festival Internacional de Teatro Palco e Rua de Belo Horizonte), simplesmente”, afirma Oliveira. A sala de espetáculos foi concebida para ser multiuso, podendo funcionar como um espaço fechado, com capacidade para 200 pessoas e pé-direito alto, ou aberto, para uma plateia de 2 mil pessoas.
“Será o primeiro teatro público fora da linha da Avenida do Contorno e também o primeiro teatro que a prefeitura constrói desde o Francisco Nunes, que é dos anos 1950. Por isso não pode ser um teatro mequetrefe. Podem me bater, falar o que quiser, mas não entrego um teatro desse jeito”, afirma o presidente da FMC. Segundo o gestor, todo o material necessário à reforma do teatro que ainda não chegou a ser aberto já está comprado.
REFORMA SEM PRAZO Antigo teatro da Imprensa Oficial, o Clara Nunes foi fechado em 2009 para obras de adequação de acessibilidade.