Uma auxiliar da clínica onde o Prêmio Nobel chileno Pablo Neruda foi atendido garante que o poeta morreu horas depois de ter recebido uma injeção - relata o jornalista espanhol Mario Amorós, no livro Neruda: El príncipe de los poetas.
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"Cito o depoimento de uma funcionária auxiliar da clínica Santa María (onde Neruda morreu), que disse ter atendido o poeta: 'Durante a noite, deram uma injeção no senhor Pablo e ele morreu'", relatou Amorós em uma entrevista coletiva com jornalistas estrangeiros, nesta terça, em Santiago. A versão reforça a acusação feita em 2011 pelo ex-motorista e assistente de Neruda, Manuel Araya, à revista mexicana Proceso.
Nessa entrevista, Araya denunciou que seu chefe foi envenenado por agentes da ditadura para impedir a viagem do poeta comunista ao México. De lá, Pablo Neruda pretendia liderar a oposição ao novo regime. A versão oficial em vigor até hoje é que Neruda faleceu em consequência do agravamento de um câncer. Desde 2011, a Justiça chilena investiga as causas da morte do poeta. Seus restos mortais foram exumados e submetidos a várias perícias. Em uma das últimas análises, descobriu-se a presença da bactéria infecciosa "estafilococo dourado", que pode ter sido inoculada por agentes do regime, mas também pode ter-se contagiado nas diversas manipulações feitas até agora pelos legistas.