Espetáculo PAR põe em cena atores e um trio musical

Objetivo da atração é promover espaço de afeto e conforto

por Carolina Braga 20/11/2015 09:02

Guto Muniz/Divulgação
Atração do fim de semana em Belo Horizonte, o espetáculo PAR põe em cena atores e um trio musical (foto: Guto Muniz/Divulgação )
Suavizar os atritos e as tensões do dia a dia para acessar um lugar de carinho, afeto e bons sentimentos. É esse um dos objetivos de PAR, a montagem mais recente do grupo Ponto de Partida. A peça chega a Belo Horizonte neste fim de semana para uma curta temporada. O espetáculo também é um alento para a companhia de Barbacena, que teve um ano tão cheio de contrastes.

No fim de agosto, o dia da inauguração do complexo cultural Estação Ponto de Partida em Barbacena foi também um dos mais tristes dos 35 anos do grupo. Durante a apresentação, uma das fundadoras, a atriz Lourdes Araújo, passou mal, foi socorrida e morreu no hospital, Tinha 57 anos. “Chegamos ao fundo do poço, mas já estamos subindo”, afirma a diretora Regina Bertola. Lourdes estava no elenco de PAR.

FRAGRÂNCIAS

“O espetáculo é muito forte, é lindo, e vem com essa carga emocional da perda da Lourdes”, continua a diretora. Como ela explica, é um espetáculo cênico-musical. Não há texto, mas dramaturgia é construída a partir de fragmentos de letras da música popular brasileira. Estão no repertório Na baixa do sapateiro (Ary Barroso), Carinhoso (Pixinguinha e João de Barro), A noiva da cidade (Francis Hime e Chico Buarque).

Os atores Ana Alice Souza, Carolina Damasceno, Érica Elke, João Melo, Júlia Medeiros, Lido Loschi, Pablo Bertola, Renato Neves, Ronaldo Pereira e Soraia Moraes são acompanhados pela banda formada por Cleber Alves (sax), Gilvan de Oliveira (violão) e Serginho Silva (percussão). Para Regina Bertola, um dos pontos altos de PAR é a naturalidade com que os atores lidam com a linguagem híbrida que mistura, dança, canto e interpretação.

“O espetáculo está muito mais fluido, maduro”, diz Regina Bertola. “Como quase todas as peças do Ponto, PAR é feita de pequenas surpresas. São detalhes mínimos que às vezes o público não consegue ver de primeira. O espetáculo está como uma fruta suculenta ou quando se consegue beber um bom vinho mais envelhecido. As fragrâncias estão aí.”

PARA 2016
O Ponto de Partida já está trabalhando no projeto O que a memória ama, fica eterno. Ele prevê a remontagem de uma das 36 peças da companhia. Estão no páreo O beco, Viva o povo brasileiro e Tear: histórias de amor. Será feita uma votação entre os integrantes do grupo.

PAR

Espetáculo do Grupo Ponto de Partida. Hoje e amanhã, às 20h, no Teatro Bradesco (Rua da Bahia, 2.244, Lourdes)
Ingressos a R$ 30 e R$ 15 (meia-entrada)

Informações: (31) 3516-1360

Guto Muniz/Divulgação
Proporcionar um lugar de carinho, afeto e bons sentimentos: esse um dos objetivos de PAR (foto: Guto Muniz/Divulgação )

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