O FITB 2015 traz espetáculos da Espanha, Bélgica, Alemanha e Argentina. China e Índia são os países com maior tradição nessa arte. São os grupos indianos os que mais despertam a atenção de Lelo Silva, um dos idealizadores do festival.
O Vietnã é outro país bastante atrativo aos olhos de Lelo. “É uma manifestação diferente. Não tem tradição, mas é inovador. Os manipuladores ficam dentro da água, e os bonecos emergem”. O problema, segundo ele, é que os grupos têm numerosos artistas. “São, em média, 24 pessoas para viajar. É muito caro para um festival cultural”, explica. Assim, ele se divide entre trazer apenas um espetáculo de impacto ou vários outros mais acessíveis. Outro ponto levado em consideração é a língua. Por isso, Espanha e países latino-americanos são recorrentes na programação.
A intenção de trazer representantes do mundo todo também está presente na curadoria do Festival Internacional de Quadrinhos, que gostaria de contar com representantes dos Estados Unidos, França e Japão, os três maiores mercados do ramo. Nesta edição, o FIQ recebe quadrinistas da Costa do Marfim, de Portugal, do Reino Unido e da Alemanha. A costa-marfinense Marguerite Abouet é a convidada de hoje e vai falar sobre sua experiência de fazer HQs infantojuvenis retratando o cotidiano de cidades africanas. “A gente sempre procura expandir nossa programação.
TRADUÇÃO Dos Estados Unidos, o festival contou com artistas como Jeff Smith (Bone) e Babs Tarr, que reformulou a personagem Batgirl, além de Howard Chaykin, com importante trabalho nos anos 1980. Intérpretes fazem a tradução simultânea (há também em Libras) durante as discussões, e a curadoria privilegia autores que tenham quadrinhos lançados no Brasil.
Se o FIQ contou com um grande número de convidados internacionais, o Festival Internacional de Dança privilegia o trabalho local, especialmente pela falta de verba. Artistas de Ipatinga e Contagem vão dividir a bilheteria em uma forma de economia solidária.
Mesmo diante do desafio, Adriana Banana, idealizadora e coordenadora do FID, conseguiu trazer a BH nomes as francesas Latifah Laâbissi, coreógrafa, e Isabelle Launay, pesquisadora. “A França investe em dança desde meados de 1600, quando se estabeleceu a arte como profissão. Desde então, vem sendo entendida como questão de Estado e eles apoiam as iniciativas”, diz a coordenadora.
Latifah fará quatro apresentações de dois espetáculos diferentes, duas palestras, além de oferecer uma oficina e ser tema de uma mostra na programação do festival. “É a primeira vez dela no Brasil e só vai se apresentar em Belo Horizonte. O Rio de Janeiro gosta de coisas mais palatáveis para o público. O Fórum quer provocar outras percepções nas pessoas, sair da mesmice, ajudar a pensar soluções que não existem, como para a crise financeira. Se não sentir o mundo diferente, não vai propor”, diz Banana.
Do Marrocos, o FID trouxe o grupo liderado pela coreógrafa Bouchra Ouizguen, com o espetáculo Ha!.
A companhia tem também o apoio de um instituto francês.
Se houvesse verba, o festival contaria ainda com artistas da África do Sul, do Mali e dos Estados Unidos. “Uma passagem da África hoje sai por cerca de US$ 2 mil. Com um grupo de cinco pessoas, fica impossível. O grupo do Camboja eu só trouxe por causa do apoio do diretor do espetáculo, que era de Cingapura”, afirma..