O ator e diretor Diego Bagagal queria voltar para a cena. Não era para simplesmente estar no palco. Procurava abandonar momentaneamente o próprio eixo, experimentar o novo. “Queria um trabalho que me desafiasse em tudo. Para um artista hoje, o sentido está na busca por um nível de radicalidade pessoal”, diz ele. É essa a disposição que impulsiona a criação do solo Shakespeare – Livros para Sobreviver, espetáculo em cartaz a partir desta terça (20/10) até a sexta, dia 6 de novembro.
O monólogo de Bagagal leva a proposta de sair do lugar-comum também para o público. A montagem é, na verdade, uma ocupação cênica no Palacete Borges da Costa, anexo à Academia Mineira de Letras. O formato definido para a peça contempla oito espectadores por sessão. São eles quem decidem o rumo da história.
A dramaturgia de Mickael de Oliveira organiza Shakespeare – Livros para Sobreviver como uma obra literária. Logo no prólogo, a plateia escolhe se a peça seguirá o tom do pecado ou da virtude. Depois, é hora de decidir os protagonistas. Também cabe aos espectadores definir qual livro você quer que seja aberto: O livro de Cleópatra, O livro de Coriolano, O livro de Hamlet, O livro de Lady Macbeth, O livro de Ofélia ou O livro de Otelo.
São todas figuras muito fortes da obra trágica de William Shakespeare. A cada sessão, Bagagal interpretará três desses personagens.
O espetáculo explora a dicotomia entre o bem e o mal. Existem 19 maneiras diferentes de encenar Shakespeare – Livros para sobreviver. A ideia de Bagagal é explorar o espaço do Palacete Borges da Costa junto com o público. “Temos estudado milimetricamente o que a Academia Mineira de Letras tem. Não podemos tirar nada do lugar. É como se fosse um set de cinema”, explica.
BH recebe a mostra 'Zeitgeist - A arte da nova Berlim' ''Madalena'' de Marcel Proust já foi torrada e pão com mel Giramundo apresenta 'Alice no país das maravilhas' com sabor mineiro J.K. Rowling revela qual seu capítulo favorito na saga Harry Potter. Confira Diego Bagagal estreia hoje no CCBB o solo 'Salomé', resultado de suas pesquisas em torno da personagem Romero Britto inaugura painel gigante em São Paulo neste fim de semanasaiba mais
Fundado em 2012 por Diego Bagagal, brasileiro, pelo português Martim Dinis e pelo dramaturgo francês radicado em Lisboa Mickael de Oliveira, o Grupo Madame Teatro costuma investir em processos de longa duração que possam desaguar em obras teatrais originais, interdisciplinares e multiculturais.
Espetáculo Shakespeare – Livros para Sobreviver
De 20 de outubro a 6 de novembro. Terça a sexta, 19h30, 20h30, 21h30. Público máximo: 8 pessoas por sessão. R$ 40 (inteira) e R$20 (meia)