Quando os atores Maria Bonome e Rafael Protzner receberam o convite para trabalhar com o diretor de cinema Rafael Conde, ninguém se conhecia. Sabiam, no máximo, que era um cineasta mineiro. Mais nada. O encontro foi uma sugestão do diretor de teatro Júlio Vianna, o primeiro a topar a parceria para a criação de A brincadeira. O espetáculo, que fica em cartaz até 26 de outubro no Teatro II do Centro Cultural Banco do Brasil, na Praça da Liberdade, investiga os limites entre o teatro e a sétima arte.
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A ideia da montagem surgiu durante o projeto de doutorado de Rafael Conde na área de artes cênicas. Apesar de ter trajetória no cinema, ele estudou as particularidades da interpretação teatral. O plano sempre foi tensionar os limites das duas artes. Por isso, há um curta-metragem dentro da peça e, por sua vez, uma peça dentro do filme.
A trama questiona até que ponto o amor é uma brincadeira. Assim, Maria e Rafael vão para o palco desafiando a plateia quanto ao horizonte de intercessões entre as próprias vidas e as dos personagens. No enredo do escritor russo, Ivan e Nádia descem de trenó a montanha coberta de neve. Durante a descida, ele sussurra no ouvido dela: 'Eu te amo'. A moça fica atônita e pede para repetir a brincadeira incontáveis vezes.
“Júlio conta com um jogo de interpretação no qual ajuda o fato de ser um casal que conhece todas as curvas um do outro, os defeitos e as belezas também”, comenta Rafael Protzner.
Histórias reais do público também comporão o texto do espetáculo. As pessoas foram convidadas, previamente, a participar, enviando cartas de amor que serão apresentadas no espetáculo. As correspondências fazem parte do jogo de improviso dos atores, que as lerão em cena pela primeira vez.
A brincadeira
Estreia neste sábado, 17 de outubro. Em cartaz até o dia 26. De quinta a segunda-feira, às 19h. Centro Cultural Banco do Brasil, Praça da Liberdade, 450, Funcionários. R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia).