Na mitologia grega, Ícaro, filho de Dédalo, ficou conhecido pela tentativa frustrada de deixar a ilha grega de Creta voando. Caiu e morreu. Em homenagem a essa figura mitológica, o ator Ícaro Silva, de 28 anos, foi batizado. Um nome que, segundo ele, tem tudo a ver com sua personalidade e com os artistas de maneira geral. “Ícaro é um arquétipo bem interessante no nosso meio, porque a gente tem que tomar cuidado com certos ‘voos’. Quanto mais alto voamos, mais perdemos a noção. Se cairmos, a queda é grande”, filosofa.
“Torcia muito para ser o escolhido, pois é um personagem muito rico, cheio de camadas e com uma história intrigante e bonita. Tenho muito orgulho de fazer esse papel e ele me ajudou a ser um artista melhor, até porque o Simonal era assim”, destaca.
Com direção de Pedro Brício, o espetáculo conta a vida do cantor desde quando era um garoto pobre, passando por sua descoberta por Carlos Imperial até o estouro, na década de 1960, no rádio e na TV. A decadência artística também está presente: no início dos anos 1970, sua carreira começou a se desestruturar.
Simonal teve encerrado o contrato com a Globo, brigou com a banda Som Três e desfez o escritório da Simonal Produções. A gota d’água foi o desentendimento com seu contador. O cantor pediu ajuda a amigos policiais, agentes do Dops, que sequestraram o rapaz. Simonal foi então acusado de delator a serviço da ditadura militar. Nada foi provado contra ele. Simonal dizia que até torturadores e terroristas foram anistiados, menos ele, condenado ao ostracismo até sua morte, em 2000.
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Em quase três horas de peça, não faltam hits eternizados na voz de Wilson Simonal como Balanço Zona Sul, Sá Marina, País tropical, Meu limão, meu limoeiro, Lobo bobo e Mamãe passou açúcar em mim.
S’IMBORA, O MUSICAL
Sexta e sábado, às 21h, e domingo, às 19h, no Grande Teatro do Palácio das Artes (Av. Afonso Pena, 1.537, Centro). Ingressos entre R$ 70 e R$ 180. Informações: (31) 3236-7400 ou 4003-2330.