No último dia 9 de setembro a Rainha Elizabeth II se tornou a monarca de maior reinado em toda a história do Reino Unido. Após 63 anos e 216 dias no trono, a soberana desbancou sua tataravó, a rainha Vitória e alcançou a marca histórica.
Nascida em Londres no 21 de abril de 1926, Elizabeth Alexandra Mary se tornou rainha em 1952, após o falecimento de seu pai, o Rei Jorge VI. A coroação aconteceu em 2 de junho de 1953. O evento foi televisionado pela primeira vez naquela ocasião. Depois de 6 décadas no trono, a Rainha aproveita de uma popularidade invejável. Cerca de 90% dos britânicos simpatizam com a Rainha. Além disso, 77% da população se mantém favorável à adoção da monarquia no país. Ao longo dos anos, a rainha deixou seu legado também na cultura mundial. Nas artes, a figura da rainha como símbolo máximo da realeza britânica inspirou desde o espírito de protesto na música até a busca pelos detalhes da vida nos palácios pelo cinema.
Logo nos primeiros anos de reinado de Elizabeth II na Inglaterra, explodiu mundo afora a Beatlemania. Com o sucesso, o quarteto de Liverpool se aproximou da Realeza britânica. A relação, porém sempre guardou ares de “morde e assopra”. O primeiro contato da banda com a Família Real foi durante uma apresentação, em 1963, em um teatro de Londres que contava com a presença de membros da nobreza. Na ocasião, John Lennon soltou uma declaração ácida e marcante no final do show: “as pessoas nos assentos baratos podem bater palmas. As outras, podem sacudir as jóias”.
A alfinetada não estremeceu a relação dos membros da família real com os Beatles. A banda ainda tinha tanta popularidade que em 1965 receberam a medalha da Ordem do Império Britânico pelas mãos da própria Rainha. Em 1969, porém, John Lennon devolveu a honraria ao palácio de Buckingham, justificando um protesto contra o envolvimento da Inglaterra nas guerras da Nigéria e do Vietnã. Mesmo assim, a rainha foi homenageada pela banda com a música Her Majesty, faixa de encerramento de Abbey Road, disco lançado naquele mesmo ano.
“No future!”
Nos anos 1970 o mundo vivia uma turbulência. Nos Estados Unidos, o presidente Richard Nixon renunciava ante aos escândalos denunciados pelo caso Watergate. No Chile, as forças armadas sitiavam e bombardeavam o Palácio de La Moneda, em Santiago, dando início à ditadura militar de Pinochet naquele país. Na economia o planeta era chacoalhado por duas crises do petróleo. Neste cenário caótico, a rainha Elizabeth II completava 25 anos de reinado em 1977 e celebrava seu Jubileu de Prata com todo o luxo e pompa dignos da realeza britânica, em contraste com a Inglaterra em crise, assolada pela pobreza e o desemprego.
Foi neste contexto que o movimento punk rock deu as caras e conquistou multidões no Reino Unido no final da década. O maior expoente do movimento foi o grupo Sex Pistols com seu megahit God save the Queen. A faixa, mesmo título do hino britânico, trazia fortes críticas à família real, com frases como “Deus salve a Rainha e seu regime fascista” e “ela não é um ser humano”. O grupo, autor de façanhas como entoar God save the Queen em um barco em pleno rio Tâmisa, em Londres, durante o Jubileu da Rainha, influenciou uma geração de bandas, como The Clash, que seguiram a linha de ataques à realeza.
"Pela primeira vez a Monarquia era publicamente questionada. Membros da banda eram atacados nas ruas enquanto aos membros do Parlamento era pedido à forca para os cantores da banda. Apesar de ser banida do rádio e da TV e os Sex Pistols declarados inimigos públicos nº 1, a música God save the Queen chegou ao topo do sucesso”, explicam os professores da Cultura Inglesa Daniel Abreu e Déa Horta.
Pop
Mas nem tudo era protesto na música durante o reinado de Elizabeth II. O pop romântico também deu as caras na década de 1970 o que agradava a monarquia. Cantores nem tão “polêmicos” recebiam honrarias da realeza, como o galês Tom Jones. Nos anos 1990 e 2000, figurões da música inglesa também foram honrados com o título de Sir, como Paul McCartney, Elton John e Mick Jagger.
Recentemente, a Coroa inglesa tem se aproximado mais do pop britânico, quando como condecorou a cantora Adele com a medalha da Ordem. Recentemente um dos biógrafos da Rainha disse, em entrevista à revista People, que Elizabeth é uma grande fã da série Downton Abbey e que Sua Majestade gosta de procurar erros na produção. "Nos dias atuais a Rainha pode ser vista visitando o set de filmagens de Games of Thrones ou contracenando com outro ícone da cultura britânica, James Bond durante a abertura das Olimpíadas de Londres.", explicam os professores Daniel Abreu e Déa Horta.
Nas últimas décadas os shows de aniversário e os jubileus de ouro e diamante da Rainha arrastaram multidões para apresentações de música pop na Inglaterra. Nomes como Elton John, Paul McCartney, Ricky Martin, Robbie Williams e Kylie Minogue fizeram apresentações em celebrações da Realeza.
Fascínio no cinema
Se por um lado a música no período de reinado de Elizabeth II ficou marcada pelo protesto, o cinema por sua vez não economizou em buscar retratar nas telonas como é a vida luxuosa da realeza Britânica. Confira os principais filmes que retrataram a vida da família de Elizabeth.
A Rainha (2006)
Com elogiada atuação de Helen Mirre, filme mostra o momento em que a Rainha Elizabeth II toma conhecimento da morte da Princesa Diana e a preocupação em trabalhar sua imagem em público. Filme foi indicado para seis Oscars em 2007, rendendo o prêmio de ‘melhor atriz’ a Mirre.
Her Majesty (2001)
Comédia neozelandesa conta a história de Elizabeth, garotinha de uma pequena cidade da Nova Zelândia e fã incondicional da Monarca britânica, que se prepara para uma visita da Rainha a sua cidade-natal.
O discurso do Rei (2010)
Longa aborda a batalha do Rei Jorge VI, pai de Elizabeth II, para vencer a gagueira às vésperas de se tornar Rei e fazer o importante anúncio da Segunda Guerra Mundial para o país. Filme acumulou 12 indicações ao Oscar, vencendo em quatro categorias, incluindo a de ‘melhor filme’.
Curiosidades sobre o reinado de Elizabeth II
Nascida em Londres no 21 de abril de 1926, Elizabeth Alexandra Mary se tornou rainha em 1952, após o falecimento de seu pai, o Rei Jorge VI. A coroação aconteceu em 2 de junho de 1953. O evento foi televisionado pela primeira vez naquela ocasião. Depois de 6 décadas no trono, a Rainha aproveita de uma popularidade invejável. Cerca de 90% dos britânicos simpatizam com a Rainha. Além disso, 77% da população se mantém favorável à adoção da monarquia no país. Ao longo dos anos, a rainha deixou seu legado também na cultura mundial. Nas artes, a figura da rainha como símbolo máximo da realeza britânica inspirou desde o espírito de protesto na música até a busca pelos detalhes da vida nos palácios pelo cinema.
Logo nos primeiros anos de reinado de Elizabeth II na Inglaterra, explodiu mundo afora a Beatlemania. Com o sucesso, o quarteto de Liverpool se aproximou da Realeza britânica. A relação, porém sempre guardou ares de “morde e assopra”. O primeiro contato da banda com a Família Real foi durante uma apresentação, em 1963, em um teatro de Londres que contava com a presença de membros da nobreza. Na ocasião, John Lennon soltou uma declaração ácida e marcante no final do show: “as pessoas nos assentos baratos podem bater palmas. As outras, podem sacudir as jóias”.
A alfinetada não estremeceu a relação dos membros da família real com os Beatles. A banda ainda tinha tanta popularidade que em 1965 receberam a medalha da Ordem do Império Britânico pelas mãos da própria Rainha. Em 1969, porém, John Lennon devolveu a honraria ao palácio de Buckingham, justificando um protesto contra o envolvimento da Inglaterra nas guerras da Nigéria e do Vietnã. Mesmo assim, a rainha foi homenageada pela banda com a música Her Majesty, faixa de encerramento de Abbey Road, disco lançado naquele mesmo ano.
“No future!”
Nos anos 1970 o mundo vivia uma turbulência. Nos Estados Unidos, o presidente Richard Nixon renunciava ante aos escândalos denunciados pelo caso Watergate. No Chile, as forças armadas sitiavam e bombardeavam o Palácio de La Moneda, em Santiago, dando início à ditadura militar de Pinochet naquele país. Na economia o planeta era chacoalhado por duas crises do petróleo. Neste cenário caótico, a rainha Elizabeth II completava 25 anos de reinado em 1977 e celebrava seu Jubileu de Prata com todo o luxo e pompa dignos da realeza britânica, em contraste com a Inglaterra em crise, assolada pela pobreza e o desemprego.
Foi neste contexto que o movimento punk rock deu as caras e conquistou multidões no Reino Unido no final da década. O maior expoente do movimento foi o grupo Sex Pistols com seu megahit God save the Queen. A faixa, mesmo título do hino britânico, trazia fortes críticas à família real, com frases como “Deus salve a Rainha e seu regime fascista” e “ela não é um ser humano”. O grupo, autor de façanhas como entoar God save the Queen em um barco em pleno rio Tâmisa, em Londres, durante o Jubileu da Rainha, influenciou uma geração de bandas, como The Clash, que seguiram a linha de ataques à realeza.
"Pela primeira vez a Monarquia era publicamente questionada. Membros da banda eram atacados nas ruas enquanto aos membros do Parlamento era pedido à forca para os cantores da banda. Apesar de ser banida do rádio e da TV e os Sex Pistols declarados inimigos públicos nº 1, a música God save the Queen chegou ao topo do sucesso”, explicam os professores da Cultura Inglesa Daniel Abreu e Déa Horta.
Pop
Mas nem tudo era protesto na música durante o reinado de Elizabeth II. O pop romântico também deu as caras na década de 1970 o que agradava a monarquia. Cantores nem tão “polêmicos” recebiam honrarias da realeza, como o galês Tom Jones. Nos anos 1990 e 2000, figurões da música inglesa também foram honrados com o título de Sir, como Paul McCartney, Elton John e Mick Jagger.
Recentemente, a Coroa inglesa tem se aproximado mais do pop britânico, quando como condecorou a cantora Adele com a medalha da Ordem. Recentemente um dos biógrafos da Rainha disse, em entrevista à revista People, que Elizabeth é uma grande fã da série Downton Abbey e que Sua Majestade gosta de procurar erros na produção. "Nos dias atuais a Rainha pode ser vista visitando o set de filmagens de Games of Thrones ou contracenando com outro ícone da cultura britânica, James Bond durante a abertura das Olimpíadas de Londres.", explicam os professores Daniel Abreu e Déa Horta.
Nas últimas décadas os shows de aniversário e os jubileus de ouro e diamante da Rainha arrastaram multidões para apresentações de música pop na Inglaterra. Nomes como Elton John, Paul McCartney, Ricky Martin, Robbie Williams e Kylie Minogue fizeram apresentações em celebrações da Realeza.
Fascínio no cinema
Se por um lado a música no período de reinado de Elizabeth II ficou marcada pelo protesto, o cinema por sua vez não economizou em buscar retratar nas telonas como é a vida luxuosa da realeza Britânica. Confira os principais filmes que retrataram a vida da família de Elizabeth.
A Rainha (2006)
Com elogiada atuação de Helen Mirre, filme mostra o momento em que a Rainha Elizabeth II toma conhecimento da morte da Princesa Diana e a preocupação em trabalhar sua imagem em público. Filme foi indicado para seis Oscars em 2007, rendendo o prêmio de ‘melhor atriz’ a Mirre.
Her Majesty (2001)
Comédia neozelandesa conta a história de Elizabeth, garotinha de uma pequena cidade da Nova Zelândia e fã incondicional da Monarca britânica, que se prepara para uma visita da Rainha a sua cidade-natal.
O discurso do Rei (2010)
Longa aborda a batalha do Rei Jorge VI, pai de Elizabeth II, para vencer a gagueira às vésperas de se tornar Rei e fazer o importante anúncio da Segunda Guerra Mundial para o país. Filme acumulou 12 indicações ao Oscar, vencendo em quatro categorias, incluindo a de ‘melhor filme’.
Curiosidades sobre o reinado de Elizabeth II
- Dona dos mares
- Além do Reino Unido
- O preço da Realeza
- Afazeres
- Dois aniversários
- Conectada
Se acha muito ligado na internet? Pois saiba que a Rainha mandou seu primeiro e-mail lá em 1976. O contato foi estabelecido a partir de uma base militar durante visita.
Fonte: site oficial da Família Real
Fonte: site oficial da Família Real
*por Luiz Felipe Nunes