Julie Andrews já era uma estrela na Broadway por seu papel como Elisa Doolittle no musical My Fair Lady. Em 1964, a Warner, que comprara os direitos de adaptação, produziu um filme grande (como produção) que, graças à arte do diretor George Cukor, virou também um grande filme. Boa parte do elenco veio do teatro incluindo Rex Harrison, que fez o Professor Higgins e ganhou o Oscar de melhor ator, um dos muitos atribuídos a Minha Bela Dama (título brasileiro) - filme, diretor, etc.
Havia a expectativa de que Julie também refizesse nas telas o papel que a fez famosa. Jack Warner, o dono do estúdio, não quis nem levá-la em consideração. Como o filme era muito caro, além de ser a produção mais ambiciosa do ano da Warner, ele disse que precisava de uma estrela - e contratou Audrey Hepburn. Muita gente reclamou que, além de não ser cantora, Audrey tinha classe demais para ser uma vulgar florista das ruas e, por isso, ela só estaria bem na segunda parte do longa, quando Elisa vira a dama do título.
Bobagem! Audrey é maravilhosa, de ponta a ponta de Minha Bela Dama. Mas a vingança foi de Julie. Grande marqueteiro, Walt Disney aproveitou o impacto da rejeição a 'Miss' Andrews e a contratou para outro musical que virou cult - Mary Poppins. Ocorreu o improvável. Audrey nem foi indicada para o Oscar, que Julie ganhou como a governanta que transforma a vida de um casal de irmãos na Londres por volta de 1900, com seus poderes mágicos. Um ano depois, em 1965, Julie fez história.
A Fox, um dos mais tradicionais estúdios de Hollywood, estava à beira da falência, com um rombo considerável produzido pelo estouro de orçamento de Cleópatra. Os caprichos e doenças de Elizabeth Taylor elevaram o custo (e infernizaram a vida do diretor e roteirista Joseph L. Mankiewicz).
Pois bem - naquele ano Julie ocupou as telas como Maria. Desde as primeiras imagens do filme de Robert Wise - quando ela canta nos Alpes 'The hills are alive/with the sound of music' -, algo se produziu no imaginário do público. O mundo todo caiu aos pés de Julie Andrews e A Noviça Rebelde virou um megaêxito planetário.
A Noviça Rebelde (título brasileiro) não apenas salvou a Fox como se converteu na maior bilheteria desde o clássico ...E o Vento Levou, de 1939. Seis anos antes, o épico religioso Ben-Hur de William Wyler, quase destronara o outro épico, romântico, do produtor David Selznick. Quem logrou o feito foi Maria, a noviça. Isso é, Julie Andrews.
Na tela ela será sempre a 'jovem' Maria. Nesta quinta-feira, 1º, a inglesa (de Walton on-Thames) completa 80 anos - 80! Não perdeu a classe nem a voz. No ano passado, para comemorar os 50 anos de The Sound of Music/A Noviça Rebelde, a Academia de Hollywood fez da festa do Oscar o encontro de Julie com Lady Gaga, que cantou - divinamente - o tema das montanhas que adquirem vida com o som da música.
Havia a expectativa de que Julie também refizesse nas telas o papel que a fez famosa. Jack Warner, o dono do estúdio, não quis nem levá-la em consideração. Como o filme era muito caro, além de ser a produção mais ambiciosa do ano da Warner, ele disse que precisava de uma estrela - e contratou Audrey Hepburn. Muita gente reclamou que, além de não ser cantora, Audrey tinha classe demais para ser uma vulgar florista das ruas e, por isso, ela só estaria bem na segunda parte do longa, quando Elisa vira a dama do título.
Bobagem! Audrey é maravilhosa, de ponta a ponta de Minha Bela Dama. Mas a vingança foi de Julie. Grande marqueteiro, Walt Disney aproveitou o impacto da rejeição a 'Miss' Andrews e a contratou para outro musical que virou cult - Mary Poppins. Ocorreu o improvável. Audrey nem foi indicada para o Oscar, que Julie ganhou como a governanta que transforma a vida de um casal de irmãos na Londres por volta de 1900, com seus poderes mágicos. Um ano depois, em 1965, Julie fez história.
A Fox, um dos mais tradicionais estúdios de Hollywood, estava à beira da falência, com um rombo considerável produzido pelo estouro de orçamento de Cleópatra. Os caprichos e doenças de Elizabeth Taylor elevaram o custo (e infernizaram a vida do diretor e roteirista Joseph L. Mankiewicz).
Pois bem - naquele ano Julie ocupou as telas como Maria. Desde as primeiras imagens do filme de Robert Wise - quando ela canta nos Alpes 'The hills are alive/with the sound of music' -, algo se produziu no imaginário do público. O mundo todo caiu aos pés de Julie Andrews e A Noviça Rebelde virou um megaêxito planetário.
A Noviça Rebelde (título brasileiro) não apenas salvou a Fox como se converteu na maior bilheteria desde o clássico ...E o Vento Levou, de 1939. Seis anos antes, o épico religioso Ben-Hur de William Wyler, quase destronara o outro épico, romântico, do produtor David Selznick. Quem logrou o feito foi Maria, a noviça. Isso é, Julie Andrews.
Na tela ela será sempre a 'jovem' Maria. Nesta quinta-feira, 1º, a inglesa (de Walton on-Thames) completa 80 anos - 80! Não perdeu a classe nem a voz. No ano passado, para comemorar os 50 anos de The Sound of Music/A Noviça Rebelde, a Academia de Hollywood fez da festa do Oscar o encontro de Julie com Lady Gaga, que cantou - divinamente - o tema das montanhas que adquirem vida com o som da música.
Julie iniciou-se como atriz mirim no West End de Londres, em 1948. Seis anos depois, fez sua estreia na Broadway com The Boy Friend (que depois virou musical de Ken Russell com Twiggy). Colheu dois grandes sucessos com musicais - o já citado My Fair Lady e Camelot, mas a Warner, de novo, preferiu contratar Vanessa Redgrave para a versão cinematográfica, que não deu muito certo.
Julie arrebentou no cinema com Mary Poppins e A Noviça Rebelde, e na TV fez história - sempre! - quando sua versão de Cinderella foi a primeira produção a bater a marca de 100 milhões de espectadores (em 1957). Mas ela também conheceu seus fracassos. Star!, que fez em 1968 com Robert Wise, o diretor do megassucesso A Noviça, foi um flop. Dois anos depois, sua primeira parceria com o diretor Blake Edwards, foi outro fracasso monumental - Lili, Minha Adorável Espiã.
Será que pesou para isso o moralismo da sociedade norte-americana? Pois Julie e Edwards, ambos casados, abandonaram os cônjuges para se unir - e permaneceram casados até a morte dele, em 2010, aos 88 anos. Sementes de Tamarindo foi outro fracasso, Mulher Nota 10! foi um sucesso, como se diz, de 'estima' - mas creditado a Bo Derek -, até que Julie e Edwards finalmente estouraram (de novo) com Vitor ou Vitória?, em 1995.
O Festival de Cannes estendeu seu tapete vermelho para a dupla, por meio de uma homenagem para o diretor. Foi o primeiro encontro do repórter com Julie. Simpática, elegante, sorridente. Fala suave. Uma bem dosada combinação de tons beige e dourados (brincos e colar de ouro).
O tempo passou e, em 2010, com ela já viúva, houve o segundo encontro - por O Fada do Dente, interpretado por Dwayne Johnson, que já deixara de ser The Rock. Julie continuava serena, fala mansa, elegante. Era uma tristeza que turvava seu olhar? A viuvez, afinal, era muito recente. Mas continuava com os tons bege e os brincos de ouro.
Quando o repórter lhe disse que o tempo havia parado para ela, Julie sorriu e mandou chamar o maquiador - "Esse é o responsável pelo milagre!", brincou. Atriz de comédias e musicais, Julie fez suspense com o mestre Alfred Hitchcock (Cortina Rasgada) e provou seu talento dramático em Sede de Amar (Duet for One), que o russo Andrei Konchalovski dirigiu durante sua irregular passagem por Hollywood.
Nos últimos anos, ela tem participado de muitas dublagens de animações. E escreve livros infantis. Sua professora de canto dizia que tinha alcance para a ópera.
Uma mais ou menos recente operação de garganta, para extirpar um tumor, reduziu o alcance, mas não a afinação. E de qualquer maneira, basta fechar os olhos ou botar para rodar o DVD ou Blu-Ray. Aquelas montanhas estarão sempre vivas na voz de Julie Andrews.
Julie arrebentou no cinema com Mary Poppins e A Noviça Rebelde, e na TV fez história - sempre! - quando sua versão de Cinderella foi a primeira produção a bater a marca de 100 milhões de espectadores (em 1957). Mas ela também conheceu seus fracassos. Star!, que fez em 1968 com Robert Wise, o diretor do megassucesso A Noviça, foi um flop. Dois anos depois, sua primeira parceria com o diretor Blake Edwards, foi outro fracasso monumental - Lili, Minha Adorável Espiã.
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Quando o repórter lhe disse que o tempo havia parado para ela, Julie sorriu e mandou chamar o maquiador - "Esse é o responsável pelo milagre!", brincou. Atriz de comédias e musicais, Julie fez suspense com o mestre Alfred Hitchcock (Cortina Rasgada) e provou seu talento dramático em Sede de Amar (Duet for One), que o russo Andrei Konchalovski dirigiu durante sua irregular passagem por Hollywood.
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