Doados pelo Brasil à ONU em 1956 e inaugurados em setembro do ano seguinte, os painéis 'Guerra e paz', de Candido Portinari (1903-1962), vão voltar nesta terça-feira, 8, à sede da instituição, em Nova York, plenamente restaurados e após quatro anos em itinerância nacional e internacional promovida pelo Projeto Portinari.
saiba mais
-
Festival da canção homenageia Fernando Brant
-
Disco comemorativo da parceria entre Fernando Brant com Geraldo Vianna é lançado
-
Geraldo Vianna compõe texto sobre a retomada da rotina sem o parceiro Fernando Brant
-
Fotógrafas mineiras traduzem músicas de Fernando Brant em imagens
-
Parceiros destacam a conexão da poesia de Fernando Brant com a alma do brasileiro
-
Encerramento do Festival Internacional de Corais homenageia Fernando Brant
-
Meu tio, Fernando Brant: repórter do EM homenageia músico mineiro
-
Mural 'Guerra e Paz', de Portinari, será reinaugurado na ONU
Entre os convidados estarão chefes de Estado, delegados, embaixadores da ONU, autoridades, artistas, intelectuais, celebridades do mundo inteiro e também João Candido Portinari, fundador e diretor-geral do Projeto Portinari, filho único do pintor.
Durante o evento, o compositor Fernando Brant será lembrado já que é autor. em parceria com Milton Nascimento, da composição 'Guerra e paz'. Familiares e amigos do músico, que faleceu em 12 de junho, estarão presentes na ONU.
A cerimônia na sede da instituição representa a última etapa do Projeto Guerra e Paz, que permitiu que o público tivesse acesso a mais importante obra de Portinari – hoje os painéis não podem ser vistos nem mesmo durante as visitas guiadas à instituição.
A obra volta para o hall de entrada da Assembleia Geral das Nações Unidas após restauração integral em ateliê aberto ao público e apreciação de mais de 360 mil pessoas no Brasil e na França, inclusive, em Belo Horizonte, onde os painéis ficaram expostos, em 2013, no Cine Theatro Brasil Vallourec.
GUERRA E A PAZ DE PORTINARI
Letra de Fernando Brant musicada por Milton Nascimento
A guerra é uma cavalgada
cruzando o azul da paisagem
cortejo de fome e de morte
ferindo o coração dos homens
A mulher velando o filho morto
a mulher e a criança chorando
a mãe e a filha em desespero
de cabeças rolando na grama
A guerra são os quatro cavalos
regendo a sinfonia de dores
são os braços erguidos em prece
pedindo o final dos horrores
A paz é um coro de meninos
é a voz eterna da infância
as mulheres dançando na roça
os meninos pulando carniça
É a noiva de branco sorrindo
na garupa de um cavalo branco
a mulher carrega um carneiro
crianças no espaço balançam
A paz está nos meninos
que brincam nos campos da infância
nos homens, nas mulheres
cantando a harmonia, a esperança.