Intimidade continua sendo palavra de ordem para o Janela de Dramaturgia, mas isso não quer dizer que o projeto de leitura de textos teatrais criado há quatro anos em Belo Horizonte não tenha expandido suas fronteiras. Além dos autores mineiros, dramaturgos do Amazonas, Santa Catarina, Espírito Santo, São Paulo e até da Argentina chegam à cidade para viver essa experiência de alteridade.
“É ao primeiro momento em que você escuta a sua história em voz alta. Aquilo que era só seu, passa a ser do outro também”, comenta o paulista João Dias Turchi. Ele escreveu Histórias para serem lidas em voz alta em parceria com Gustavo Colombini. Neste sábado o texto será lido pelos atores Marcelo Castro e Isaque Ribeiro na abertura do Janela de Dramaturgia 2015, que também tem palestras. “Cada vez mais estamos expandindo os eventos de abertura e encerramento com atividades de formação”, diz Vinicíus Souza, idealizador do projeto com Sara Pinheiro.
Discussão sobre a relação entre dramaturgia e política assim como o fomento às traduções latino-americanas estão entre os temas a serem discutidos ao longo do semestre. Até dezembro o Janela promove a leitura de dois textos inéditos por mês. Ao todo serão dez autores, entre eles, os mineiros Marcos Coletta, Julia Branco, Henrique Vertchenko e o veterano José Carlos Aragão. A safra tem desde textos muito experimentais, que inclusive estão em busca da resposta para o que seria uma linguagem dramatúrgica hoje, até comédias. “Nossa aposta não é somente estética ou de procedimento de criação. É também geográfica”, frisa Vinícius.
saiba mais
Todas as noites, após a leitura, o autor debate o texto com o público e um crítico convidado. A maior parte da programação continua marcada para o Teatro Espanca!, mas as atividades da abertura serão no Centoequatro. O dramaturgo argentino abre a programação neste sábado com um bate-papo sobre o próprio processo criativo assim como o contexto da escrita teatral na Argentina contemporânea. Depois disso, haverá a leitura de Histórias para serem lidas em voz alta de João Dias Turchi e Gustavo Colombini. Para domingo estão previstos debates sobre dramaturgia, política e alteridades assim como a leitura de Antes que aconteça, muita coisa pode acontecer, do mineiro radicado em Buenos Aires Anderson Feliciano (lida pelos atores Adyr Assumpção e Zora Santos).
PROGRAMAÇÃO
29/08/15
17h: Bate-papo com o dramaturgo argentino Ariel Farace
18h: Leitura da peça Histórias para serem lidas em voz alta (Gustavo Colombini e João Dias Turchi (SP)
19h30: Roda de conversa sobre ler e publicar teatro
30/08/2015
17h: Roda de conversa sobre dramaturgia e política
18h30: Leitura da peça Antes que aconteça, muita coisa pode acontecer (Anderson Feliciano e BH/Buenos Aires)
19h30: Roda de conversa Dramaturgia e Alteridades