saiba mais
-
Uso do smartphone em espetáculos irrita artistas e impõe novos códigos em sua relação com a plateia
-
Atriz de 'Orphan Black' reclama de sexismo em Hollywood
-
Charlize Theron incentiva feminismo no trabalho: ''precisamos bater o pé''
-
Em entrevista, Karina Buhr fala sobre feminismo, música e literatura
-
Beyoncé fala de feminismo e classifica concursos de beleza como humilhação para mulheres
-
Mulheres lideram lista de arrecadação no mundo fonográfico
-
Em festival, filme alemão mostra a realidade opressora das mulheres no Irã
-
'O que as mulheres querem' destila pensamento machista e estereótipos femininos
-
Xôtifalá: a luta social das mulheres crespas
-
Festas de Agosto tomam conta de Montes Claros neste fim de semana
A personagem pioneira, Marina, foi desenhada em abril de 2014. É uma mulher que gosta de usar vestidos listrados, mas se preocupa porque as revistas de moda dizem que esse modelo não combina com o corpo dela. “Liga para as revistas não, Marina. O importante é usar o que gosta e se sentir bem com o próprio corpo”, aconselha o quadrinho. O nome de Marina, assim como o de todas as figuras que a sucederam, é aleatório, mas o conselho feminista é proposital. As “meninas” de Carol são fruto de experiências pessoais, de pessoas conhecidas ou, ainda, sugeridas por leitoras. “No começo, o intuito era encorajar minhas amigas. Depois, a iniciativa alcançou milhares de pessoas e tornou o debate sobre feminismo mais acessível, mais leve”, diz Carol. “Não é porque minhas protagonistas são femininas que esse é um projeto apenas para garotas.”
O que começou como um passatempo - ela é designer gráfica e queria treinar as próprias técnicas com lápis de cor, se propondo a fazer um desenho por dia - se transformou em livro. Hoje, além de uma agente literária pessoal, que a representa nos EUA, Carol tem quadrinhos traduzidos para inglês e espanhol e planeja lançamento de 'Mulheres' nos EUA, no México, na Espanha e em Portugal - os três primeiros já negociados. Em setembro, autografa exemplares na Bienal do Livro do Rio de Janeiro.
SERVIÇO
'Mulheres'
Editora Sextante, 160 páginas
R$ 39,90
>> OUTRAS PÁGINAS
Mulher que luta
1,4 mil curtidas
A página, administrada pela pernambucana Mari Castro, publica perfis de mulheres engajadas na luta por direitos ao longo da história, entre artistas, governantes e líderes sindicais. Entre elas, Maria da Penha Maia Fernandes (inspirou para a Lei Maria da Penha).
Capitolina
23 mil curtidas
Revista online independente para garotas adolescentes, incentiva o empoderamento feminino desde cedo. “A intenção é representar todas as jovens, especialmente as que se sentem excluídas pelos moldes tradicionais”, informa a página, que fala sobre gênero, games, moda e culinária. A pernambucana Maria Clara Araújo, estudante de pedagogia na UFPE, é uma das colaboradoras.
Moça, você é machista
490 mil curtidas
“Criada por teóricos feministas”, segundo a descrição da página, dedica-se a desconstruir o machismo detectado em homens e mulheres. Compartilha postagens de blogs e perfis pessoais de artistas engajados no tema. Atua também no Twitter, com cerca de seis mil seguidores.
Feminismo sem demagogia - original
610 mil curtidas
Dedicada à vertente marxista do feminismo, que investiga as “formas como mulheres são oprimidas”, entre outros sistemas, “por meio do capitalismo”. Defendem a “luta por um feminismo de gênero, raça e classe.”
>> ENTREVISTA: Carol Rossetti, ilustradora
Como tem sido o feedback desde que o projeto começou?
O resultado é ótimo. Tenho um retorno muito direto. As pessoas conversam comigo, me enviam emails, mensagens. Fazem comentários, sugestões. Dizem que alguns quadrinhos fizeram a diferença na vida delas, nas atitudes. Começaram a pensar como não pensavam antes, a refletir mais.
E na sua vida, qual foi a diferença provocada pelo 'Mulheres'?
Aprendi muita, muita coisa. No começo, o meu projeto era sobre coisas e cenas que eu observava. Depois, especialmente com as traduções para outros idiomas, o universo se expandiu. Foi além. Vi muito mais do que eu veria apenas em Belo Horizonte. Em outubro, o livro chega aos Estados Unidos, onde minha agente literária me representa. Talvez eu viaje até lá, na ocasião. E será lançado também na Espanha e no Méximo. E, possivelmente, em Portugal. Cresci muito nesse processo, vendo os desenhos ganharem o mundo.
O projeto foi mesmo encerrado?
Sim. Não estou mais fazendo ilustrações, o projeto Mulheres foi concluído. Tenho usado as minhas páginas para publicar alguns testes, algumas aquarelas, no instagram e no facebook. Serão quadrinhos, algo mais voltado para o público infantil. Mas todos vão poder aproveitar.
Além da página virtual e, agora, do livro, como funciona a sua rotina de ilustradora?
Eu tenho uma empresa de design, fundada com amigos após a conclusão da faculdade. Se chama Café com Chocolate Design. Continuo com meu trabalho em paralelo, mas quis tocar projetos diferentes, me desafiar. Administro essas funções simultaneamente.
E qual a grande mensagem que quis passar?
Quis, desde o princípio, passar a ideia de que as mulheres são livres, que elas podem ser e fazer o que quiserem.