O solo não deixa de ser um encontro da bailarina e improvisadora Nicolle Vieira com suas próprias origens. “Desde pequena, a Segunda Guerra Mundial sempre me fascinou. Quando estava morando na Europa, acabei fazendo uma descoberta muito interessante: eu sou descendente de judeus”, conta ela. Nicolle nasceu no interior do Paraná e mora há alguns anos em Minas.
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“Já tinha feito aulões com a Dudude, mas é a primeira vez que trabalhamos juntas. Precisava de um olhar externo. Como ela tem essa proposta de improvisação, achei que seria interessante a parceria”, explica.
O nome do espetáculo remete ao perfume que Nicolle Vieira sentiu ao visitar Auschwitz. O antigo campo de extermínio estava todo decorado com rosas, até mesmo os vagões que levaram prisioneiros para a câmara de gás. “Na verdade, era uma mistura de cheiros: das rosas, do gás e de outras coisas. 'Perfume' não significa necessariamente um cheiro bom; é um odor de qualquer coisa. Então, deixo essa interpretação livre para o público. O nome vem desse lugar contraditório e híbrido da arte, da possibilidade de ver rastros de beleza e poesia naquilo que provoca dor”, resume a bailarina.
CARREIRA Nicolle Vieira começou a dançar balé clássico aos 3 anos. Passou pelo jazz e dança contemporânea até se encantar com a improvisação. Apesar de pouco conhecida no Brasil, ela fez carreira fora do país como bailarina, coreógrafa, diretora e pesquisadora.
Apesar de ser espetáculo solo, 'Perfume' requer um corpo e muita gente para ser construído, explica a diretora Dudude Herrmann. “É um solo que traz a memória coletiva. Mesmo sendo apenas um corpo, ele traz muita gente. Tenho muita vontade de levar este trabalho para fora do Brasil, sobretudo para a Polônia”, conclui Nicolle Vieira.
PERFUME
Sexta e sábado, às 20h; domingo, às 19h. Galpão Cine Horto, Rua Pitangui, 3.613, Bairro Horto. Entrada franca. Retirada de senhas meia hora antes do início do espetáculo. Reservas: perfume.espetaculo@gmail.com.